Lora no canteiro de obra em Belém
Daniele Schusterschitz (Lora), de Belém (PA)

Neste 8 de março, as mulheres do mundo todo fazem mais uma demonstração de luta contra o machismo, a exploração dos governos, regimes e o sistema econômico capitalista que explora e oprime os trabalhadores e, em especial, as mulheres trabalhadoras.

Neste 8 de março, as mulheres trabalhadoras continuarão as lutas contra o governo Temer e este Congresso corrupto, e as reformas trabalhista e da Previdência. Este 8 de março deve ter à frente as mulheres negras, as mulheres do campo e as mulheres operárias de todo o país e do mundo.

Nosso ato e manifestações de 8 de março devem ser classista, de luta e internacionalista. Nosso ato deve ser o momento em que manifestamos nossa oposição intransigente ao capital e a todos os governos e regimes do capital. É o momento para dizermos que lutamos por creches, escolas, hospitais, saneamento, por moradias, empregos e salários para os trabalhadores. Mas não acreditamos que este sistema capitalista possa resolver estes problemas seculares. Também não acreditamos que as eleições burguesas e, muito menos, que alianças com partidos dis ricos e da ordem capitalista possam resolver problemas que sofremos no dia a dia.

Somente uma revolução socialista, liderada pela classe operária em aliança com o povo explorado das periferias, pode resolver todos estes problemas que têm origem na exploração capitalista. Portanto, defendemos que o ato da CSP-Conlutas tivesse a cara da independência dos patrões e dos pelegos, a cara classismo, do internacionalismo e do socialismo.

Por isso não admitimos que nossa central, a CSP-Conlutas, defendesse como eixo político do dia internacional das mulheres, a defesa da democracia dos ricos. Esta mesma democracia burguesa e seu Estado Democrático de Direito que oprime, explora e mata de fome ou de bala, milhares de trabalhadores, negros, jovens e mulheres todos os anos, no Brasil e em todo mundo.

Todos nós sabemos que o programa da CSP Conlutas é um programa de luta à morte contra todos os regimes da burguesia, sejam ditaduras ou regimes democráticos-burgueses. Todos sabemos que todos estes regimes capitalistas se resumem a um só objetivo: proteger os privilégios dos ricos e impor uma ditadura cruel e desumana dos trabalhadores e mulheres trabalhadoras. Esquecer deste aspecto do nosso programa é trair os anos de luta de nossa central contra o capital.

Por isso, jamais a CSP-Conlutas se prestará ao triste papel de ser um ”puxadinho” de patrões, pelegos e do regime que defendem: a democracia dos ricos. Caso contrário, estaremos entre aqueles que apoiaram governos como o de Dilma e de Temer que, de 2015 a 2018, arrocharam salários, jogaram mais de 12 milhões de trabalhadores e trabalhadoras no desemprego e atacaram direitos de nossa classe.

Muito pelo contrário, a CSP-Conlutas propõe a destruição da democracia dos ricos. E, no seu lugar, propomos o socialismo. Todas estas linhas são defendidas em seu programa e seu estatuto.

Por isso, a CSP-Conlutas se orgulha de se opor a todos os governos que nos exploram, mas também a todos os regimes capitalistas, inclusive a falsa democracia dos ricos. Não cairemos nos cantos de sereia da aliança com partidos burgueses, das eleições burguesas nem dos acordos com os patrões para entregar conquistas e direitos.

Nosso ato será, isto sim, a tribuna das mulheres lutadoras, da organização independente, classista e socialista.

Lora é operária da Construção Civil de Belém, dirigente do PSTU, do sindicato da categoria e da CSP-Conlutas