Com filho no colo, mulher é agredida por policial e chamada de “cachorra” no RN

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PSTU-RN

Érica Guarani – Secretaria de Mulheres do PSTU-RN

Uma mulher foi agredida fisicamente e insultada de “cachorra” por um policial militar nessa quinta-feira (15), no município de Santo Antônio, interior do Rio Grande do Norte. Na ocasião, a Polícia teria sido acionada devido a ocorrência de violência doméstica.

Em vídeo que circula pelas redes sociais, a vítima, em determinado momento, corre para dentro da casa para evitar que os policiais agridam o marido. Depois, saem da casa e um dos policiais começa a agredir a mulher fisicamente e verbalmente, chamando-a de “cachorra” e a derruba no chão. Ela estava com uma criança no colo.

AVISO DE GATILHO PARA VIOLÊNCIA À MULHER

Esse caso é mais um revoltante exemplo do machismo que ocorre nesta sociedade capitalista opressora e escancara também a violência policial e falta de preparo dos agentes para conduzir as ocorrências. Além de sofrer violência doméstica do marido, a mulher também foi agredida pelo policial que, em tese, deveria proteger e dar assistência à vítima. Ela foi agredida duas vezes.

O policial perpetuou a cultura machista de culpabilizar as mulheres vítimas de violência. No vídeo, ele diz: “Meta a mão mesmo. Bata nessa cachorra. Essa cachorra merece apanhar mesmo”, pois a mulher não queria que levassem o marido preso. Isso também ocorre muitas vezes quando as vítimas vão denunciar abuso sexual e passam por algum tipo de contrangimento por parte dos policiais.

Além disso, é nítido o abuso de autoridade e machismo do policial. Quando ele xinga a mulher de cachorra, ela retruca e ele pede respeito. “Olhe, você respeite! Quem dá na sua cara sou eu!”, diz o policial e, em seguida, agride a mulher.

De acordo com dados do Observatório da Violência Letal e Intencional do RN (OBVIO-RN) do ano passado, a violência doméstica cresceu 169,2% durante a quarentena imposta pela pandemia de Covid-19.

Não podemos esquecer do caso recente de Natália Abade, que foi agredida brutalmente no meio da rua e em casa pelo ex-companheiro, no dia 27 de junho, em Extremoz, região metropolitana de Natal. Na mesma semana em que Natália sofreu a agressão, duas mulheres no estado foram mortas por seus companheiros, vítimas de feminicídio.

Não podemos deixar de mencionar também o caso das agressões do DJ Ivis à ex-companheira, Pamella Holanda, que divulgou na internet vídeos em que sofre violência doméstica.

O PSTU/RN repudia quaisquer formas de opressão. O machismo, assim como o racismo e a LGBTIfobia servem apenas para dividir nossa classe e nos explorar ainda mais. Por isso, temos que fortalecer a luta contra as opressões junto à classe trabalhadora e lutar por políticas públicas efetivas de combate ao machismo. E, para além disso, para acabar de vez com as opressões, devemos construir uma sociedade socialista.

Exigimos medidas firmes da governadora Fátima Bezerra e da secretária de Mulheres, Juventude e Igualdade Racial do RN, Julia Arruda. Os policiais envolvidos no caso devem ser expulsos da corporação e presos.

Neste Julho das Pretas, mês em que fortalecemos o combate à invisibilidade e à discriminação a que estão submetidas as negras, vamos todas e todos com independência de classe lutar contra todos que nos oprimem exploram!