O estado do Rio de Janeiro tem como principal causador de mortes violentas a polícia. É a ação do próprio Estado, e não de outros entes criminosos, que mais assassina pessoas. Entre os mortos, há envolvidos em ações ilegais, mas, também, trabalhadores, donas de casas, crianças e desempregados.
As ações do Estado, em que matar está permitido, se dão principalmente nas comunidades e favelas da cidade e do estado Rio. Não se houve falar de tiroteios e mortes nos bairros chiques da Zona Sul e no geral nem no que habitualmente se convencionou chamar de “asfalto”.
As vitimas são em sua maioria negros, e quase todos jovens. Desses, em sua amplíssima maioria, trabalhadores, estudantes, gente comum e corrente que busca sobreviver no caos que se tornou o Rio de Janeiro.
A naturalização e a banalização das mortes, dos assassinatos cometidos pelo estado, são tão grandes que o massacre de ontem obteve uma nota curta perdida em um canto de página no O Globo, maior jornal do Rio de Janeiro.
É preciso acabar com a falácia da guerra às drogas, legalizar as drogas e tratar os problemas de saúde decorrentes do seu abuso como problema de saúde pública e não como problema policial. É preciso desmilitarizar e mudar radicalmente a atual polícia, dando aos policiais direito de sindicalização e greve, dando às comunidades o direito de eleger delgados, punindo exemplarmente todos os envolvidos em massacres, torturas e mortes de inocentes.
Cláudio Castro e Bolsonaro são os responsáveis diretos e indiretos pela barbárie que se espalha no país e no estado do Rio de Janeiro, não porque antes deles não houvesse massacres, mas porque alimentam, com seus discursos e suas práticas, essa violência de uma forma raramente vista em nosso país.