No dia 28 de junho, estudantes de Ciências Sociais e História da Unicamp deliberaram em assembléia que o seu Centro Acadêmico passaria a integrar a Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes, a Conlute.
Há um ano, após um processo amplo de debates e discussões acerca do papel que a UNE vem cumprindo para o movimento estudantil, esses mesmos estudantes deliberaram pela ruptura política e organizativa com esta entidade, que não passa de uma correia de transmissão das políticas do governo Lula no movimento estudantil. Tais políticas, como a reforma universitária privatizante e os sucessivos cortes de verbas para a educação, vão radicalmente de encontro ao que o movimento estudantil combativo sempre veio defendendo.
Desta forma, de um ano para cá, o CACH veio debatendo as alternativas de organização nacional, de olho na unificação e potencialização das lutas do movimento estudantil por todo o país. Por isso, o CACH participou ativamente da construção do Encontro Nacional de Estudantes, o ENE, que fortaleceu a Conlute enquanto uma alternativa real de luta para o movimento estudantil.
Neste momento, no IFCH, há uma campanha em curso pela contratação de professores, por reserva de vagas no Centro de Estudos de Línguas, o CEL, eixos norteados pela mais necessária campanha do movimento estudantil hoje e impulsionada pela CONLUTE: Mais Verbas para a Educação! Entendendo a necessidade de tocarmos essa campanha com as demais entidades que compõem a Conlute, além de entender a necessidade de construir organicamente essa Coordenação para que de fato ela tenha uma expressão nacional, os estudantes decidiram pela adesão do CACH à Conlute.
UNE e DCE da Unicamp na contramão
Como era de se esperar, os setores ligados à UNE buscaram de alguma forma deslegitimar o importante espaço da assembléia que votou a adesão, mas isto como forma de abafar o principal debate: a esquerda da UNE não dá as respostas necessárias para o real processo de reorganização do movimento estudantil.
O processo de ruptura com a UNE do ano passado não deixou brechas para ser questionado. Além de ter sido um processo com um elevado grau de debate político, foi altamente democrático, contando com inúmeros materiais em que todos puderam expressar sua posição. Agora, para a assembléia que discutiu a entrada na Conlute, a construção foi semelhante, com boletins, debates e um alto nível de discussão política.
Chamado ao PSOL e à esquerda da UNE para construir a Conlute
Frente à falsa polarização com a qual estamos nos deparando neste ano eleitoral, precisamos de uma unidade da esquerda, para apresentarmos para a juventude e para os trabalhadores uma alternativa que consolide um referencial de esquerda. Esse referencial deve ser construído para as lutas e também nas eleições deste ano.
Sabemos que os companheiros do DCE da Unicamp, ligados ao PSOL e à esquerda da UNE, são importantes ativistas no combate ao governo Lula, à sua reforma universitária e no combate aos cortes de verbas, por isso, não achamos coerente que defendam uma entidade governista e falida. Agora, junto ao CACH Unicamp, vamos continuar o chamado para que os companheiros rompam com a UNE e venham construir a Conlute.