Ato faz parte das mobilizações por um novo modelo energético nacional[14/03/2003] Cerca de 1.000 atingidos ou ameaçados por barragens dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e São Paulo estão, nesse momento, realizando um ato junto a sede da AES/Eletropaulo, na Av. Luiz Carlos Berrini, 40 – bairro Brooklin Novo, na capital paulista. O ato, que conta ainda com a participação de sindicatos e organizações de apoio, faz parte das atividades do 14 de Março – Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, e tem o objetivo de denunciar as privatizações no setor elétrico brasileiro como responsáveis pela crise de energia e pelo aumento das tarifas.

Segundo José Rodrigues, líder quilombola ameaçado por barragens no Vale do Ribeira, “a Eletropaulo é um exemplo do fracasso das privatizações, que mesmo dando lucro foi vendida para uma empresa norte-americana que agora tenta dar calote no Brasil para engordar os rendimentos de sua matriz nos Estados Unidos”.

A AES, gigante norte-americana do setor elétrico, adquiriu empréstimo junto ao BNDES para comprar a Eletropaulo. De 1998 até 2001, mais de 863 milhões de dólares foram remetidos pela Eletropaulo para o exterior, mesmo assim, a AES está se recusando a pagar o empréstimo feito junto ao governo brasileiro.

Hoje, estão sendo realizados atos em mais de 30 países do mundo, mobilizando milhares de pessoas contra a construção de barragens. No Brasil, estão acontecendo 13 atos em diferentes regiões, reunindo atingidos por barragens de 15 Estados, que exigem a solução dos problemas pendentes nas barragens já construídas ou em construção, além da formulação de um novo modelo energético nacional, socialmente justo e ambientalmente responsável.