Juventude do PSTU

No dia 30 de setembro em São Paulo foi realizada a Assembleia Nacional da ANEL, onde mais de 150 estudantes do Sul e Sudeste, discutiram a conjuntura política atual. Os ataques do Temer como a reforma trabalhista e a da Previdência foram amplamente rechaçadas e o ânimo da assembleia mostrou que a disposição da juventude que ocupou escolas e universidades segue vivo e se preparando para novos enfrentamentos.

Além disso, se discutiram as principais demandas da juventude como a luta contra o encarceramento e racismo, violência machista, a LGBTfobia, o desmonte das universidades públicas, a situação das escolas, a precarização da educação e as dificuldades que a crise coloca para a juventude trabalhadora e estudantil.

A principal deliberação apontou a prioridade da construção e participação nas mobilizações do dia 10 de novembro que está sendo impulsionado pelos metalúrgicos e pela classe operária brasileira. A aliança operaria-estudantil foi o tom geral da reunião, com os estudantes se colocando a serviço da classe operaria para derrotar os ataques e derrubar Temer.

A importância do Congresso da CSP-Conlutas para o movimento estudantil
Outro ponto importante da assembleia foi a eleição da delegação da ANEL para o Congresso da CSP-Conlutas, central sindical e popular na qual a ANEL é filiada desde sua fundação. ANEL prova que é possível um movimento estudantil por fora da UNE, mas esta assembleia demostrou mais que isso. Apontou que não há outro a caminho para o desenvolvimento das lutas do movimento estudantil, tampouco para vencermos o governo, que não seja a aliança com a classe trabalhadora.

Agora é preparar a delegação para o congresso da CSP-Conlutas, defendendo uma maior integração entre o movimento estudantil e operário. Neste congresso pela primeira vez teremos a participação de outros setores do movimento estudantil que hoje constroem a esquerda da UNE. Queremos discutir sinceramente com estes companheiros que o acerto que estão tendo em vir construir a CSP-Conlutas deve se alastrar também para a organização do movimento estudantil na base. Devemos aprofundar a participação de DCE’s, centros acadêmicos, grêmios na central, pois a reorganização do movimento estudantil passa por fortalecer a reorganização no movimento dos trabalhadores.

É preciso defendermos hoje no Brasil o polo mais forte de organização das lutas por fora das entidades pelegas, burocratas e reformistas tradicionais que é a CSP-Conlutas, e que se o movimento estudantil aprofundar sua ruptura com a UNE e vier construir esta entidade será de grande ajuda para a luta. Porque inclusive estará colocando que as lutas do movimento estudantil não se bastam, e que as reivindicações dos estudantes é parte da luta geral dos trabalhadores pelo socialismo e a revolução.

Encontro por um movimento de juventude socialista, trotskista e revolucionário!
No dia seguinte à assembleia foi convocada uma reunião puxada por diversos coletivos estudantis da base e a juventude do PSTU para discutir os 100 anos da Revolução Russa e as lições para a juventude. A conclusão da discussão foi que a juventude brasileira que tanto luta pelos seus direitos, contra os governos e os patrões, precisa de uma organização revolucionária e socialista que dê sentido estratégico a esta luta. Ou seja, que aqueles jovens ali reunidos entendiam que, assim como os jovens russos que se organizaram, adotando um programa socialista, e lutaram junto com os trabalhadores adultos pela revolução, aqui no Brasil pelas péssimas condições de vida que enfrentamos e pela desgraça que o capitalismo faz com nossas vidas deveríamos fazer o mesmo.

Além disso, foi apontado da necessidade também de deixarmos claros que o socialismo que defendemos nada tem a ver com o stalinismo que traiu e degenerou a revolução russa. Nada tem a ver com os países capitalistas atuais que são dirigidos por antigos stalinistas como China ou Cuba. E nada tem a ver com Venezuela que de socialismo não tem nada.

Ficou nítido a defesa do legado de Lenin e de Trotsky que não sucumbiram as benesses do poder e da burocracia e se mantiveram firmes na luta da classe operária. Por isso os presentes fizeram questão de se chamar de “trotskistas”, porque reivindicam aqueles que foram duramente perseguidos e assassinados por lutar contra os stalinistas.

Ficou definido que a próxima revista R, que será escrita por um comitê editorial tirado na reunião, terá um caráter de manifesto para impulsionar a discussão da necessidade de criar este movimento com a tarefa de criarmos núcleos, plenárias, células ou reuniões em cada escola, universidade ou local de moradia.