PSTU da Sul
Professor João Batista, do PSTU da Sul (SP)
Diante da gravidade da pandemia, os governantes de nosso país dividem-se entre duas posições políticas: o Governo Federal defende a flexibilização da quarentena e, descaradamente, mostra o desejo de empurrar parte da população para a morte; enquanto que a maior parte dos governadores e prefeitos, encabeçados pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB), defende uma quarentena “fake”, mantendo fábricas, escolas (mesmo que sem estudantes), transporte público, etc., funcionando, colocando em risco a vida de parte da classe trabalhadora.
Já o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), compõe a ala dos governantes envergonhados, conjuntamente com seu “parça” João Dória. Diariamente nas entrevistas coletivas defende a quarentena, mas desnecessariamente mantém muitos trabalhadores em sua rotina diária, contribuindo assim para a maior circulação do vírus.
Isto tem ocorrido com as escolas municipais que estão funcionando através do trabalho dos gestores, quadro de apoio e funcionários(as) da limpeza. São cerca de 30 mil trabalhadores (as) circulando na cidade, grande parte de transporte público, expondo as contradições dos discursos eleitoreiros transmitidos diariamente pela grande mídia.
A maior parte das escolas funciona hoje com uma demanda de trabalho ínfima, que poderia ser atendida tranquilamente através do chamado “home office”. O sentimento dos (as) trabalhadores (as) é de revolta! Enquanto crescem os casos de infecção entre colegas e familiares, a Secretaria Municipal de Educação justifica tal medida alegando a importância de se guardar o patrimônio das unidades escolares, o que por si só, caracteriza desvio de função. E escancara seu descaso para com os (as) trabalhadores (as), com a total falta de estrutura para o funcionamento das escolas, que não possuem se quer materiais de higiene e proteção tão necessários neste momento.
Um número menor de escolas funciona hoje como polo de vacinação contra o vírus Influenza (H1N1). Importante campanha, já que tem como objetivo desafogar o já afogado sistema de saúde de nossa cidade. Necessária, porém, com enorme atraso, já que a disseminação da Covid-19 ocorre a passos largos desde o fim de 2019. O descaso não para por aí, os (as) trabalhadores (as) da educação incumbidos desta tarefa, sofrem com a total falta de estrutura para a realização da vacinação. Nas escolas polo, falta álcool em gel, máscaras, etc.
A violência é outra preocupação destes (as) trabalhadores (as). Antes mesmo da pandemia, as escolas já passavam por inúmeros casos de furtos, assaltos e até mesmo de violência sexual. Com as escolas abertas, quadro reduzido de funcionários (as) e diante de uma situação caótica, o risco de violência é ainda maior, aumentando assim, o rol de irresponsabilidades do governo Covas.
As respostas apresentadas pelos governantes, representantes dos banqueiros e grandes empresários, tanto o descaso de Bolsonaro, como a quarentena “fake” defendida por Covas e Dória, não preservarão a vida dos trabalhadores. Pois colocam o lucro de alguns em detrimento à vida da maioria.
Assim como as respostas apresentadas pela burguesia, as principais centrais sindicais brasileiras capitulam e defendem a tese de que “estamos todos no mesmo barco”, não aceitando o chamado da CSP-Conlutas para construir uma greve geral no país e paralisar os setores não essenciais. A única saída para uma efetiva redução de danos, portanto, de preservação de vidas.
Não estamos no mesmo barco, pois enquanto alguns estão em seus iates em quarentena, a maioria está nos ônibus, metrôs e trens lotados das grandes cidades. O capitalismo mostra, assim, sua incapacidade de garantir a vida dos trabalhadores, priorizando com sua produção caótica os lucros. A periferia precisa se organizar em conselhos populares para barrar a Covid-19!
Por isso exigimos:
- Quarentena para todos, exceto os serviços essenciais! Imediato fechamento das escolas que não são polos de vacinação!
- Total estrutura para as unidades escolares pólo!
- Garantida de emprego, estabilidade e salários para todos(as) os(as) trabalhadores(as) terceirizados(as)!
- Amplo programa de alimentação para todos(as) os(as) estudantes e o povo pobre!
- Contratação imediata de trabalhadores(as) da Saúde!
- Suspensão do pagamento da dívida pública!
- Estatização de todo o sistema de saúde sob o comando dos trabalhadores!
- Planificação da produção voltada à construção de leitos de UTI e produção de equipamentos médicos!
- O país e a saúde precisam de uma revolução socialista!