Mobilização indígena nos arredores do Congresso Nacional
CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

O complexo da Funarte (Fundação Nacional de Artes), localizado no Eixo Monumental, em Brasília (DF), transformou-se em uma grande aldeia, desde a segunda feira (4). No local, a 18ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL 2022), promete reunir até 8 mil indígenas na luta pela terra e direitos.

A mobilização irá durar dez dias, com término na quinta-feira (14). Durante este período, pautas importantes para os povos originários estarão em discussão no Congresso Nacional. Assim como ocorreu em 2021, o acampamento visa pressionar os parlamentares a votarem contra os ataques.

Além disso, o encontro também serve de preparação para as atividades que serão realizadas em junho, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) irá retomar o julgamento sobre o marco temporal das terras indígenas. A apreciação do texto foi suspensa em setembro de 2021, com o pedido de vista do Ministro Alexandre de Moraes.

Temas como demarcação dos territórios tradicionais, projetos de lei em trâmite no Congresso, o Recurso Extraordinário com Repercussão Geral aos territórios indígenas, serão debatidos durante todo o ATL 2022. Também haverá um debate específico para fortalecer indígenas mulheres para as Eleições 2022.

Mesmo com uma série de violações contra nós, contamos com sete mil indígenas em Brasília. São 180 povos. É uma diversidade imensa”, afirma Raquel Tremembé integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e da Anmiga (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade).

“A luta é contra as opressões e esses PL’s (Projetos de Lei) etnocidas e o marco temporal que está posto para ser votado em junho e o PL 191 (trata de mineração em terras indígenas), que será votado ainda na primeira quinzena de abril” conclui Raquel.

Além do PL 191, que tramita em regime de urgência, outros projetos como o PL do Veneno e o PL da Grilagem fazem parte da pauta do Congreso no próximo período e por isso estão na mira do ATL 2022.

Marcha pela demarcação

Uma grande marcha foi realizada pelos indígenas, na quarta-feira (6), percorrendo as ruas de Brasília, do acampamento até o Congresso. Milhares participaram do ato em defesa da demarcação dos territórios e contra a agenda anti-indígena do governo Bolsonaro.

A CSP-Conlutas também está na luta pelos direitos dos povos originários e manifesta total apoio a mobilização. É preciso que os atos promovidos pelos indígenas sirvam e exemplo a toda classe trabalhadora. Também é urgente a união de todos os processos de luta para derrubar de vez Bolsonaro.