Hoje, dia do professor, nos relembra a necessidade e a importância da luta em defesa da educação pública. E teremos uma data importante na próxima semana. Apesar do recuo momentâneo de Bolsonaro no antes anunciado corte de verbas para as universidades e instituições de ensino federais (como o Colégio Pedro II), o dia de luta da educação foi mantido e é mais do que necessário.
Em primeiro lugar porque Bolsonaro, Congresso e Senado seguirão atacando a educação até o fim do ano. Por isso, juventude, trabalhadores da educação e população em geral precisamos tomar as ruas, demostrando que não aceitaremos ameaças de novos cortes. Além disso, esse será um dia de luta contra o governo Bolsonaro que expressa um projeto autoritário, que ameaça as poucas liberdades democráticas que conquistamos.
A defesa do projeto ditatorial de Bolsonaro se expressa na educação através da implementação das escolas cívico-militares, que, além de atacar os espaços democráticos nas escolas, está a serviço da criminalização da pobreza. Bolsonaro não tolera ser questionado e não à toa sempre defendeu o projeto escola sem partido, que na verdade é a tentativa de vetar e criminalizar críticas ao seu governo e a sua concepção de mundo. Em outras palavras, é um projeto de escola de partido único. Bolsonaro defende para a educação o que ele defende para o país: ataques aos trabalhadores, fim dos poucos espaços democráticos e garantia, na força, dos interesses dos ricos e poderosos.
É preciso derrotar Bolsonaro. Defendemos voto crítico em Lula.
Um dos passos necessários é derrotar Bolsonaro nas urnas no próximo dia 30. Por isso, chamamos o voto em Lula como uma tática. O ato pode e deve contribuir para esse fim.
Porém, divergimos do conteúdo do manifesto assinado pela maioria das organizações que estão convocando o ato no Rio. Isso porque também chamam a depositar a confiança de que um futuro governo Lula estabelecerá bases que defendam a educação pública.
Infelizmente, a chapa Lula-Alckmin, que reúne os banqueiros Henrique Meirelles, Armínio Fraga e caciques regionais, como os prefeitos Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e Waguinho (Belford Roxo), dentre outros, deixa claro que vai manter a política neoliberal no atacado.
E não há como garantir educação pública, gratuita e de qualidade com salários dignos e assistência aos estudantes pobres sem parar de pagar a dívida pública. Nosso programa não pode ser apostar no endividamento impagável de estudantes pelo FIES que só alimentam grandes grupos privados de ensino. Nem apostar nas parcerias público privadas na rede básica de ensino.
Lula, no ato realizado nesta semana, no Complexo da Penha, vestindo o branco (exigido por Simone Tebet), deu ênfase que sua proposta para gerar renda é o empreendedorismo – liberar recursos públicos para que as pessoas montem seus pequenos negócios. E nós sabemos que não basta educar e formar jovens quando não há perspectiva de emprego – e é um crime propor como saída montar pequenos negócios numa conjuntura de profunda crise econômica.
Por isso, não temos nenhuma ilusão de que, com o programa e os aliados liberais com os quais Lula se cerca, o destino da educação pública em 2023 seja distinto do desmonte atual.
Nossa tarefa é preparar nossa tropa para todas as lutas. Dia 30/10 é importante, mas não é tudo.
A militância do PSTU e do Rebeldia estará presente no ato do dia 18, em defesa da educação pública, chamando a derrotar Bolsonaro, porém, sem abrir mão de se posicionar de forma crítica ao projeto do futuro governo de frente ampla encabeçado por Lula e PT. É preciso construir um projeto alternativo dos trabalhadores e do povo pobre para o país.
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