Cerca de 5.500 metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos paralisaram a fábrica na manhã desta terça-feira, dia 19. A greve começou após assembléia realizada com os trabalhadores às 6h, que rejeitaram a proposta de reajuste apresentada pela empresa.

Ontem, segunda-feira, dia 18, a diretoria da GM se reuniu com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para negociar a Campanha Salarial deste ano e apresentou proposta de 5,47% de aumento e R$ 400,00 de abono salarial.

Os valores foram rejeitados pelos trabalhadores do 1º turno, que aprovaram uma greve de 24 horas. Eles decidiram também retornar para a casa. Uma nova assembléia será realizada às 14h, com os trabalhadores do 2º turno, no setor da S-10.

O Sindicato dos Metalúrgicos já reduziu a reivindicação de 13,8% de aumento real para 7%, e mesmo assim não houve acordo.

Obstáculo nas negociações
O principal obstáculo que está sendo enfrentado pelos trabalhadores da GM é um acordo que foi fechado no ano passado entre a CUT e a Sinfavea (Sindicato Nacional da Indústria de Tratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares), dando um mísero reajuste de 1,23% e determinando que este ano não poderia haver Campanha Salarial.

Com isso a GM está alegando que pertence a Sinfavea e que caso conceda algum reajuste, todas as outras empresas também teriam que dar, o que quebraria o acordo fechado com a CUT.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José vai, se preciso, lutar judicialmente contra este acordo, já que no ano passado negociou diretamente com a empresa, e não através deste acordo realizado por esta central que não representa mais os interesses dos trabalhadores.

“É um absurdo um movimento sindical assinar um acordo como este. Isto mostra que só se preocuparam com os interesses dos patrões e não se importaram em prejudicar os trabalhadores”, disse o presidente do Sindicato, Adílson dos Santos, o Índio.