Uma nova onda de greves e mobilizações tomou conta da cidade de São Paulo nos últimos dias

No dia 15 de maio, movimentos por moradia, metalúrgicos, metroviários, funcionários públicos e a juventude tomaram as ruas da cidade para lutar contra as injustiças da Copa do Mundo e por seus direitos. Professores da rede municipal seguem em greve desde o dia 23 de abril e realizaram passeatas com milhares pelas ruas da cidade. Professores e funcionários da USP, por sua vez, paralisaram suas atividades no dia 21 de maio e votaram greve a partir de 27 de maio. Já os metroviários votaram estado de greve e fizeram passeatas com centenas de trabalhadores. E os motoristas e cobradores das empresas de ônibus da capital paulista fazem uma greve forte e radicalizada, com impacto em toda a cidade.

Mais uma vez, a classe trabalhadora demonstra sua força de mobilização para lutar contra as péssimas condições de vida na capital paulista. Os salários estão corroídos pela inflação. O transporte é caótico, bem como a saúde e a educação na cidade. Milhares de trabalhadores não têm onde morar. Os patrões e os governos não responderam às vozes que tomaram as ruas desde 2013 exigindo a resolução destes problemas. Por isso, os movimentos voltaram a tomar a cena política em São Paulo e em todo o país.

Para a prefeitura do PT, a luta dos trabalhadores é “inadmissível”
O prefeito Fernando Haddad, do PT, chamou de “sabotagem” e “guerrilha” a paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus no último dia 20. Segundo o prefeito, o protesto foi “inesperado” e é “injustificável” e “inadmissível”. Além disso, cortou o ponto e ameaçou descontar os dias parados dos profissionais da educação municipal em greve.

A prefeitura petista responde a luta dos trabalhadores com criminalização e repressão. Classificou a greve dos rodoviários como caso de polícia, abrindo inquérito contra os dirigentes da manifestação, ameaça os professores em greve e apoia a repressão contra as ocupações urbanas e manifestações nas ruas da cidade.

Haddad governa para a máfia dos transportes e as grandes empresas
O governo Haddad já deixou clara a sua intransigência. Em 2013, recusou-se a revogar o aumento das tarifas do transporte público por semanas. Os serviços públicos na cidade seguem caóticos, após mais de um ano de gestão petista na prefeitura. Milhares de trabalhadores não têm onde morar, embora existam milhares de unidades habitacionais vagas na cidade. E agora, o prefeito criminaliza as lutas dos trabalhadores e se nega a negociar os direitos das categorias em mobilização.

Além disso, a prefeitura petista concedeu R$ 41 milhões de isenções fiscais que favoreceram as empreiteiras da Copa e investe dinheiro público em publicidade sobre o gasto de recursos no entorno do Itaquerão. São milhões de reais retirados dos cofres públicos, destinados diretamente aos interesses das empreiteiras e da FIFA, que deve lucrar como nunca nesta Copa. Em todo o país, serão gastos R$ 25,6 bilhões com o megaevento, sendo R$ 21,4 bilhões vindos de recursos públicos, dos cofres federal, estaduais e municipais!

Nesse cenário, Haddad segue se negando a investir mais verbas na saúde, educação, transporte e moradia. É notável a prioridade do governo. Milhões para as grandes empresas, nenhum centavo a mais para os direitos da população. Já para os trabalhadores que lutam, polícia e repressão.

Fernando Haddad governa com as grandes empreiteiras e empresas de ônibus de São Paulo. Um governo como este, ligado aos patrões, não pode garantir os direitos dos trabalhadores!

Um governo dos trabalhadores para garantir nossos direitos
O PSTU defende uma mudança radical nas prioridades do governo, na cidade de São Paulo e todo o país. É preciso romper com as grandes empresas e governar para os trabalhadores.

Haddad repassa verbas públicas para as empresas da máfia do transporte, que retiram seus imensos lucros dos usuários e do dinheiro público. É preciso acabar com essa situação! O transporte público deve ser estatal, controlado pelos usuários e pelos trabalhadores, sem lucros para nenhum patrão. Apenas assim conseguiremos garantir tarifas mais baixas, rumo à tarifa zero, e os direitos para os trabalhadores do transporte.

As obras do transporte são repletas de corrupção, como o propinoduto do PSDB e de Alckmin no metrô. O PSTU defende a prisão de todos os corruptos e das empresas beneficiadas pela corrupção, e a devolução imediata de todo o dinheiro desviado para investimento no transporte.

Além disso, é preciso ampliar o investimento público no transporte, com o repasse de 2% da riqueza do país para o setor. Assim, poderíamos ampliar a malha metroferroviária e garantir um transporte de qualidade para todos os trabalhadores, sem o sufoco que passamos todos os dias.

A educação no Brasil é uma verdadeira vergonha. Não há infraestrutura, faltam vagas nas creches, as condições de trabalho dos professores, diretores e demais profissionais da área são péssimas, as vagas nas universidades públicas são pouquíssimas, e a maioria dos jovens é obrigada a largar os estudos para trabalhar. Isso tudo porque os governos investem muito pouco nesse direito fundamental da população, aproximadamente a metade do que seria necessário para garantirmos uma educação pública de qualidade.

É necessário inverter imediatamente essa prioridade. O PSTU defende a aplicação imediata de 10% das riquezas nacionais na educação pública. Assim, seria possível garantir salários dignos para os professores e melhores condições de trabalho, ampliar as vagas na educação pública em todos os níveis, melhorar a qualidade do ensino e a infraestrutura das creches, escolas e faculdades e garantir materiais de qualidade para todos os estudantes.

Somente um governo dos trabalhadores, sem patrões, pode garantir essas prioridades!

Seguir a mobilização independente dos trabalhadores
Devemos seguir em luta! Com a mobilização de milhões de pessoas em São Paulo e em todo o Brasil, derrubamos em junho passado o aumento das tarifas do transporte. E agora, com greves, manifestações e ocupações, podemos arrancar dos patrões e governos os nossos direitos.

Para isso, devemos unificar nossas mobilizações e não recuar diante das ameaças dos governos e dos patrões. O PSTU apoia a greve dos trabalhadores rodoviários, metroviários, professores, funcionários públicos e dos sem-teto. Chamamos os trabalhadores de todas as categorias a se unirem em uma forte luta contra os governos que atacam nossos direitos!

Temos que aproveitar abertura do mundial na nossa cidade para mostrar ao mundo a verdade sobre a situação do país e dizer que queremos mais que futebol! Queremos educação, transporte, saúde e moradia padrão FIFA!  É hora de dar um basta e conquistar direitos!  Todas na luta hoje e na abertura da Copa dia 12 de junho!

Diretório Municipal do PSTU – São Paulo

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