Fora a máfia dos transportes! Estatização já!

A greve dos trabalhadores do transporte coletivo da cidade de São Paulo virou o principal assunto nacional. Não se falou de outra coisa nas ruas. Os motoristas e cobradores, cansados de serem enganados pelos patrões e pelo sindicato pelego, demonstraram como fazer uma greve totalmente organizada pela base.

A reivindicação é absolutamente legítima. Os rodoviários chegam a trabalhar 12 horas por dia, vivem sob a situação de stress permanente com o trânsito de São Paulo e com a responsabilidade de transportar pessoas. Ao mesmo tempo, recebem um salário que, com os descontos, chega a um piso de um pouco mais de um salário mínimo no caso dos cobradores e um pouco mais de dois salários no caso dos motoristas.

O caos nos transportes é todo dia!
As redes de televisão noticiaram por horas seguidas a greve. Todo o esforço da mídia era colocar a culpa pelo caos nos transportes nas costas dos trabalhadores rodoviários, que resolveram se rebelar com a situação insustentável que vivem.

Mas o caos é cotidiano na maior cidade do Brasil e umas das mais populosas do mundo. São Paulo conta só com 70 km de linha de metrô e não investe os recursos necessários para se ter transporte público de massas que seja decente para a população trabalhadora. Foi este mesmo caos, e uma das tarifas mais caras do Brasil, que fez com que a juventude e os trabalhadores em junho de 2013 desencadeassem as manifestações que sacudiram o país.

 A greve dos rodoviários da cidade de São Paulo, assim como todas as greves que estão explodindo no Brasil, demonstra a insatisfação com o aumento absurdo da inflação, e em especial com a alta dos alimentos. E também a indignação com os gastos com a Copa enquanto falta saúde e educação. Esse é o estopim de todas estas lutas.

Prefeito criminaliza greve ao invés de enfrentar a máfia dos transportes
A postura da prefeitura do PT tem sido mais uma vez lamentável. Em junho de 2013, Haddad atacou o movimento que exigia a redução da tarifa dos transportes e depois teve que se curvar à força das ruas e reduziu a tarifa. Agora não está sendo diferente. Haddad declarou que o movimento dos trabalhadores era uma ação de “guerrilha”, numa tentativa de criminalizar a luta dos motoristas e cobradores. E ainda acionou o Ministério Público e a polícia para coibir o movimento.

Não é da mesma forma que o prefeito trata os empresários dos transportes, que é uma verdadeira máfia criminosa que se enriquece à custa do sofrimento da população e dos trabalhadores dos transportes. Por isso, “inadmissível” é que Haddad do PT trate os rodoviários como criminosos. Haddad deve atender imediatamente as reivindicações!

Estatização dos transportes e tarifa zero!
O governo do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad governam para garantir os lucros das grandes empresas. No caso de Alckmin, o cartel das empresas nos contratos do metrô e a intransigência para atender as reivindicações dos metroviários e ferroviários, já é marca registrada do seu governo truculento. Haddad, por sua vez, mantém todas as concessões com as empresas mafiosas, que inclusive estão com as licitações atrasadas, ou seja, operam de maneira irregular enquanto várias linhas de ônibus da periferia estão sendo cortadas.

Sabemos que, enquanto o transporte público estiver nas mãos dos grandes empresários, não será garantido um transporte público de massas de qualidade e muito menos será possível conquistarmos a tarifa zero. Somente um governo que tenha a coragem de romper com as máfias das empresas privadas que exploram o transporte público poderá garantir transporte de qualidade para os trabalhadores e a juventude.

Não à criminalização dos rodoviários em greve!
Atendimento das reivindicações já!
2% do PIB para o transporte público!
Estatização e tarifa zero!

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Todo apoio às lutas dos trabalhadores de São Paulo!