Redação
Via CPT
Entidades e organizações sociais do MT divulgam Nota Pública sobre a tentativa de massacre em Colniza. Organizações já vinham denunciando o conflito desde novembro passado e a iminência de um massacre na área. A área do conflito, conhecida como Fazenda Magali, se encontra em uma grande gleba de terras da União (que as famílias já solicitaram a arrecadação para ser destinada à reforma agrária), que é alvo de disputa entre os antigos grileiros e o ex-deputado estadual José Riva em sociedade com o ex-governador Sinval Barbosa, que supostamente adquiriram parte dessa área com dinheiro de desvios do erário público.
Confira:
“O ano de 2019 inicia com mais uma tentativa de massacre no campo em MT. Tentativa essa que já havia sido amplamente denunciada e anunciada no final de 2018 aos órgãos competentes. Um trabalhador assassinado – Eliseu Queres de aproximadamente 30 anos -, nove feridos, sendo três gravemente. Esse foi o saldo da tentativa de massacre ocorrida na manhã de hoje em Colniza. Os trabalhadores são ligados à Associação Gleba União, município de Colniza – MT e ao movimento de luta por terra 13 de Outubro.
O Fórum de Direitos Humanos e da Terra (FDHT) e demais entidades já haviam anunciado essa possibilidade de massacre conforme nota de 1 de novembro de 2018: ‘É baseado nesse histórico que tememos o pior. Das quase 200 famílias que lá estão sob a mira dos pistoleiros na Fazenda Agropecuária Baurú… Se algo acontecer, é uma morte anunciada. TODOS SABIAM.’.
A área do conflito, conhecida como Fazenda Magali, se encontra em uma grande gleba de terras da UNIÃO (que as famílias já solicitaram a arrecadação para ser destinada á reforma agrária), que é alvo de disputa entre os antigos grileiros e o ex deputado estadual José Riva em sociedade com o ex governador Sinval Barbosa, que supostamente adquiriram parte dessa área com dinheiro de desvios do erário público.
Há alguns meses vários trabalhadores foram ameaçados, pelo próprio ex-deputado, pelos capangas fortemente armados que ele colocou na fazenda, que diuturnamente ameaçavam as famílias no acampamento, efetuando disparos de armas de grosso calibre, inclusive fuzis, e fogos de artifícios, na intenção de incendiar os barracos. Todos esses fatos foram denunciados amplamente pelos trabalhadores para o governo do Estado (Governador, Casa Civil, Casa Militar, SESP), bem como para o MPF, OAB e Assembleia Legislativa, solicitando as medidas cabíveis para estancar o conflito.
Leia aqui sobre o ataque: Colniza (MT): Trabalhador Rural é assassinado em conflito por terra
O fato das famílias terem cumprido a decisão judicial da Vara Agrária em Ação possessória e terem mudado o acampamento de local não foi suficiente para garantir sua segurança. Hoje pela manhã quando um grupo pequeno de trabalhadores se dirigia à estrada de acesso para irem ao Rio Traíra para buscar água foram surpreendidos pelos seguranças armados, sendo alvejados vil e covardemente. Os trabalhadores denunciam que a Polícia Militar não queria sequer deixar o SAMU ir buscar as vítimas no local da tragédia e, inicialmente se negou a ir ao local também. As vitimas da tentativa de massacre são:
ELISEU QUERES – ASSASSINADO
MILTON JOSE DA SILVA – GRAVAMENTE FERIDO
MOISES FERREIRA – GRAVEMENTE FERIDO
VALMIR NUNES JANUARIO – GRAVEMENTE FERIDO
ANTONIO JOSE MAIA SILVA
MANOEL FERREIA BARBOSA
MARCOS MARTINS DO PRADO
NALBES APOLINARIO
TAHIK BRUNO OLIVEIRA
TIAGO ALVES LOPES
Mais um ato de extrema violência contra o povo do campo marcou o início de 2019, ano que promete ser mais violento que 2018. Entre 2017 e 2018, a violência no campo subiu 15%.
A impunidade é a característica principal da violência contra o povo do campo. Exigimos a punição dos culpados! Ou será que os mandantes desta tentativa de chacina também ficarão impunes como estão os da chacina de 2017, que vitimou 9 trabalhadores também no município de Colniza??”
Cuiabá-MT, 5 de janeiro de 2019
Comissão Pastoral da Terra Regional Mato Grosso (CPT-MT)
Fórum de Direitos Humanos e da Terra
ABHP – Associação Brasileira de Homeopatia Popular
ANU – Ação Unificada Nacional
Associação de Pesquisa Xaraiés
CEBI –MT
CEBI – Baixada Cuiabana
Centro de Direitos Humanos Dom Pedro Casaldáliga
CEBS – Comunidades Eclesiais de Base – Regional Oeste 2
CNLB – Conselho Nacional do Laicato do Brasil
CDDPH – Conselho de Direitos da Pessoa Humana
Centro Burnier Fé e Justiça
CDFDMB – Centro de Direitos Humanos Dom Máximo Bienes 3
Centro Pastoral para Migrantes
CIMI – Conselho Indigenista Missionário – MT
GEPEA – UFMT – Grupo pesquisador em educação ambiental, comunicação e arte
GEASur – UNIRIO – Grupo de estudos em educação ambiental el Sur
GPSE – Grupo de pesquisa movimentos sociais e educação
Instituto Caracol
Irmãs Catequistas Franciscanas – Província Santa Teresa do Menino Jesus
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Movimento 13 de Outubro
REMTEA – rede Mato-grossense de educação ambiental
REAJA – Rede internacional de pesquisadores em educação ambiental e justiça climática
Sociedade Fé e Vida