
Redação
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A professora Flávia Bischain protocolou, nesta terça-feira, 10, uma representação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pedindo a cassação por quebra de decoro do Deputado Arthur do Val (Sem partido), conhecido como “Mamãe Eu Falei”. No dia 4 de dezembro, após horas de xingamentos, provocações e gestos obscenos contra servidores que protestavam contra a reforma da Previdência do governador João Doria (PSDB), o deputado subiu à tribuna da Alesp e chamou os trabalhadores de “vagabundos”.
“Foi um tremendo desrespeito a uma categoria que está defendendo seu direito à aposentadoria justamente porque trabalha todo dia, muito diferente de quem é filhinho de papai, muito bem alimentado, e que se sente no direito de ofender servidores públicos“, afirma Flávia. “Deputado, vagabundo é quem tira direito de trabalhador“, reafirma a professora da rede pública estadual.
Os servidores lutam contra a reforma da Previdência que confisca em 14% os salários do funcionalismo, além de atacar uma série de direitos da categoria. Diariamente, os servidores acompanham a tramitação da reforma na Alesp, apesar da postura truculenta do presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB), que vem restringindo o acesso dos trabalhadores à Assembleia. No último dia 6, a Justiça determinou a suspensão da PEC 18, parte da reforma, porém o PLC 80 (que contém o desconto de 14%) segue normalmente.
“Não podemos confiar na justiça burguesa nem no parlamento, pois os deputados que hoje estão se dizendo contra a reforma do Doria são dos mesmos partidos que, ou aprovaram a reforma da Previdência nacional, ou estão aplicando a reforma em outros estados, como o PT no Rio do Grande do Norte, ou o PCdoB no Maranhão“, explica Flávia. “Além disso, sabemos que Doria libera milhões em emendas para comprar deputados“, diz, defendendo que “só podemos contar com a nossa própria luta, preparando uma grande greve unificada da categoria“.