O Sintuff (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense) aprovou em plebiscito, realizado nos dias 16, 17 e 18 de agosto, a desfiliação da CUT (Central Única dos Trabalhadores). O resultado final foi 824 (71,6%) votando não à permanência na CUT contra apenas 330 (28,4%) defendendo que o sindicato continuasse filiado.

O placar dilatado reflete a insatisfação dos servidores públicos com a política desta central que defende o governo em detrimento das reivindicações dos trabalhadores. O Sintuff repete o exemplo de outros sindicatos importantes do Rio de Janeiro como o Sindsprev e o SEPE.

O plebiscito se deu após mais de um ano de debate aberto e urnas espalhadas por toda a universidade. Ambas posições tiveram igualdade de condições, com financiamento das campanhas de forma igualitária pelo sindicato. Isso não impediu que dirigentes da CUT tentassem a todo custo reverter o processo de ruptura em curso. Junto aos seus aliados dentro da categoria (Tribo e Consulta Popular), promoveram uma vergonhosa distribuição de camisas na boca-de-urna. Mas o servidores não se esquecem que o prejuízo causado pelo governo e a CUT é muito maior que o custo de uma camisa que estampa o que há de mais governista no movimento sindical atualmente. E a categoria respondeu com uma vitória acachapante do “não à CUT”.

Um dos locais onde o repúdio à CUT apresentou-se mais expressivo foi o Hospital Universitário Antônio Pedro, onde a vantagem foi ainda mais avassaladora que nos demais locais de votação. Isso é reflexo do repúdio à política do governo Lula de sucateamento dos hospitais universitários, de reforma universitária que beneficia os tubarões do ensino e da implementação de uma reforma da previdência que retirou direitos e prejudicou a aposentadoria dos servidores.

O Sintuff já havia participado do I Conat (Congresso Nacional de Trabalhadores), que fundou a Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas),com observadores. Deve-se abrir no interior da entidade e junto à base o debate sobre alternativas à CUT. Nesses marcos, abre-se a possibilidade de debate no interior da entidade sobre a participação do Sintuff na Conlutas.