Quando a Eletropaulo foi privatizada, um dos argumentos para que apenas um consórcio se dispusesse a adquirí-la foi que ela não geraria lucros imediatos, como a maioria das estatais vendidas anteriormente, porque seria necessário “investir na eficiência do serviço” (Veja – 22/4/98). A população percebeu logo que, para os novos donos, a palavra “eficiência” não tinha significado algum.
No caso da Light, privatizada em 1996, o primeiro resultado foi uma onda de blecautes no Rio de Janeiro. O que poucos sabem é que o contrato de concessão já previa a piora dos serviços. Por outro lado, o racionamento de energia de 2001, o “apagão”, foi causado pela falta de investimentos reais na geração de energia e manutenção dos equipamentos.
Aliado à piora nos serviços, veio o aumento das contas de energia. Nos contratos de privatização, foi garantido que haveria, no mínimo, reajuste anual e novos aumentos, no caso de algum “imprevisto”. Um desses “imprevistos” foi o racionamento. Além de arcar com reajustes superiores à inflação, o consumidor também pagou uma taxa adicional para “recomposição das perdas” que as distribuidoras tiveram pela energia não gerada e não distribuída que a população não consumiu.
Hoje, o Brasil tem um excedente de 4% na disponibilidade de energia elétrica. Não porque tenham sido feitos investimentos ou porque a oferta tenha aumentado. O que acontece é que o preço das tarifas é tão alto que o consumo baixou.
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