Na noite desta quinta, dia 3, foi dado início aos trabalhos do II Congresso da Conlutas, realizado em Santos (SP), no Mendes Convention Center. Atnágoras Lopes, da coordenação da Conlutas, foi o primeiro a falar. Bastante aplaudido, o sindicalista lembrou a trajetória da entidade, mas ressaltou o maior desafio, que está ainda por vir. “Isso aqui é um passo a mais da nossa caminhada, para que a gente possa contribuir com a organização da luta dos trabalhadores. Está aberto o Congresso da Conlutas. À frente, companheiros. Um passo adiante!” , declarou emocionado.
Em seguida, representando o Sindicato dos Petroleiros de Santos, falou Ademir Gomes Parrela, que saudou o congresso e falou da expectativa dos petroleiros com o Congresso Nacional da Classe Trabalhadora, que ocorre no sábado e domingo, logo depois do da Conlutas. “Os petroleiros de Santos e região contam com a fundação de uma nova entidade. Muitos trabalhadores gostariam de estar aqui, mas não estão por conta de suas direções” declarou. No último final de semana, a cidade de Santos também foi sede de um congresso de petroleiros, que fundou uma nova federação, independente do governo e da empresa.
A Intersindical esteve na abertura e fez uma saudação. Édson Carneiro, o Índio, de São Paulo, afirmou que “este congresso da Conlutas é uma importante passo para superar a fragmentação da esquerda” . Para ele, “fundar um instrumento para botar a classe em movimento é o objetivo maior deste final de semana em Santos”.
INTERNACIONALISMO
O momento mais emocionante da abertura foi a apresentação da delegação internacional. Vindos de vários países, como Haiti, Japão, EUA, Chile Espanha e Portugal, entre outros. O representante do Japão empolgou o público, ao narrar a resistência da classe trabalhadora no país. Falando em inglês, ele contou da luta dos trabalhadores que impediu a privatização de uma importante empresa pública. A presença de ativistas de tantos países é parte da política internacionalista da Conlutas, que deve prosseguir com a nova organização unificada.
A fala do sindicalista haitiano Didier Dominique, do movimento Batalha Operária (Batay Ouvrye), organização sindical e popular do país caribenho, teve uma recepção bastante calorosa no plenário. Não é a primeira vez que Didier vem ao Brasil para um evento da Conlutas. Novamente ele denunciou os crimes cometidos pelas tropas de ocupação, lideradas pelo exército brasileiro, contra o povo haitiano. Novamente, ele pôde contar com o apoio e a solidariedade dos trabalhadores e ativistas da Conlutas.
O haitiano falou da resistência quase diária realizada pelo seu povo. “Estamos em guerra com os opressores. Nossa luta é pra mandar toda essa gente sanguinária para o inferno” , disse no plenário do congresso.
A Conlutas realizará uma reunião com as delegações internacionais no dia 7 de junho, segunda-feira posterior aos Congressos, em Santos. A reunião com as delegações internacionais será para o aprofundamento do intercambio de experiências e buscar estreitar as relações de solidariedade e unidade internacional.