Segundo informações divulgadas desde a madrugada deste domingo, dia 21 de novembro, mais uma chacina, desta vez com mais de 20 mortos e desaparecidos, teria ocorrido por conta de operação Polícia Militar do Rio de Janeiro, no Complexo do Salgueiro em São Gonçalo. Corpos estariam sendo retirados de um mangue pela própria população local.
A chacina ocorre apenas 24 horas depois do dia Dia da Consciência Negra, data marcada por atos e protestos contra o racismo e o genocídio da população negra. No próprio sábado, dia 20, a idosa Carmelita Francisca de Oliveira, de 71 anos, foi baleada durante operação do Bope na comunidade, que resultou apenas em apreensão de armas.
Relatos davam conta de que a violenta operação policial, provavelmente promovida em retaliação à morte em serviço do sargento Leandro Rumbelsberg da Silva, ocorrida na região, estava tendo desdobramentos na manhã desta segunda-feira (22), não sendo possível ainda a confirmação do número de mortos e desaparecidos.
A justificativa é sempre o combate ao tráfico de drogas, mas, se esta política fosse eficaz, o tráfico de drogas já teria tido acabado há muito tempo. O que acaba acontecendo é a substituição, no controle do tráfico, de um grupo criminoso por outro. Para além disto, é uma política que serve para continuar intensificando a criminalização da pobreza e promovendo um verdadeiro genocídio, em particular do povo negro e da juventude que habita as favelas e comunidades. Uma política sustentada pelo sistema capitalista e seus governos como Bolsonaro e Cláudio Castro, que traz cada vez mais exploração e opressão para a população trabalhadora e negra.
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Precisamos de uma política de segurança que se imponha pelo respeito aos direitos dos trabalhadores e da população pobre, e não pela imposição da violência, do medo e do terror. Uma polícia que se aproxime da sociedade, com a eleição de delegados pela população. Por fim, defendemos a auto-organização dos trabalhadores e trabalhadoras, dos moradores das comunidades e do povo em pobre para se defenderem do crime organizado, do tráfico e das milícias. E também da violência policial.