Os operários da construção civil unificados com os rodoviários de Fortaleza (CE) decidiram por greve a partir dessa quarta-feira (1/7). Em assembleias realizadas na semana passada, ambas as categorias decidiram por greve por tempo indeterminado para pressionar os patrões a atender a pauta de reivindicações da campanha salarial.

Os trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro-Ce), mesmo após terem decretado estado de greve, em assembleia realizada no dia 13 de junho, enfrentam o desrespeito dos  patrões, que continuam a criminalizar o movimento dos trabalhadores. Os trabalhadores estão reivindicando um reajuste salarial de 13%, cesta básica de R$ 130,00 e vale alimentação de R$ 13,00, a patronal oferece apenas 8%.

O mesmo endurecimento nas negociações salariais é sentido pelos operários da construção civil, que também decidiram pela greve, em assembleia realizada na quinta-feira (25/06), no Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF). A decisão da categoria veio após quatro meses da tentativa do STICCRMF fechar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2015/2016 através de negociações com o sindicato patronal, que durante quase todo o processo de negociação ofereceu somente o reajuste salarial e na cesta básica de 7,68%. Esses trabalhadores estão em luta por reajuste salarial de 14%; plano de saúde; estacionamento nos canteiros de obras; cesta-básica de R$ 130; auxílio combustível e cota de 5% de mulheres nos canteiros de obra.

Várias paralisações de duas horas foram feitas nos canteiros de obra com a intenção de protestar contra a intransigência patronal e demonstrar que os trabalhadores não estavam satisfeitos com a proposta, mas os empresários não tomaram nenhuma atitude para proporcionar um reajuste digno para a categoria e barrar a greve.

Luta não é crime!
Na última manifestação dos rodoviários, realizada na última segunda-feira (22), em unidade com operários da construção civil, o dirigente da CSP-Conlutas, Zé Batista foi preso durante um piquete em um terminal de ônibus na cidade, numa nítida atitude de tentar criminalizar as lutas e a livre organização dos trabalhadores.  Essa atitude arbitrária só fortaleceu ainda mais a unidade da categoria que promete parar tudo em Fortaleza (CE).