Entidades e dirigentes sindicais reúnem-se na Apeoesp em São Paulo para discutir as perspectivas da CUT e lançam manifesto pela unidade da esquerda cutista
Na reunião, ocorrida no dia 28 de março, o debate demonstrou que, apesar de existirem diferenças em relação a vários aspectos da conjuntura nacional, há importantes pontos de acordo para se conformar um Bloco de Esquerda na CUT. Entre eles destaca-se a compreensão comum da necessidade da construção de uma CUT independente, de luta e socialista, que defenda os interesses da classe contra os ataques de qualquer governo. Particularmente neste momento, a luta contra a reforma da Previdência e o apoio à luta do funcionalismo público delimitam um campo no movimento sindical brasileiro.
O conjunto da reunião se manifestou contra a indicação, pelo governo Lula, de Luís Marinho para presidente da CUT, por se tratar de uma clara intervenção do governo nos rumos da central. Mas também pelo fato de Marinho ser um dos maiores representantes da política de parceria e conciliação de classes, bem como pela maneira burocrática e truculenta como costuma tratar as diferenças no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. (leia matéria nesta edição)
Para se combater a política da Articulação, como a corrente do governo no seio do movimento sindical, e os ataques à democracia da CUT, será necessário organizar e unificar a esquerda da central. Caso contrário, o sindicalismo combativo ficará sem uma clara alternativa de direção no próximo período.
Unificação deve se dar sobre sólidas bases políticas
Não se deve buscar uma unificação sem bases políticas, somente como meio para garantir cargos na direção da CUT. É necessário forjar uma alternativa capaz de posicionar-se política e programaticamente e realizar iniciativas comuns na luta de classes.
Por exemplo, a Articulação Sindical não apóia a luta do funcionalismo federal contra a reforma da Previdência. Por isso é necessário que a esquerda demonstre que há um importante setor da CUT que está do lado dos trabalhadores do serviço público.
Neste sentido é preciso, em primeiro lugar, construir ações unificadas e uma plataforma política mínima que seja a base para a formação de um Bloco de Esquerda. A reunião ocorrida na Apeoesp aceitou o desafio e lançou um manifesto que buscará recolher adesões em todos os cantos do país.
QUEM PARTICIPOU
Estiveram presentes na reunião representantes dos seguintes sindicatos ou organizações:
ANDES-SN
(Luís Carlos Lucas, Presidente)
Oposição Alternativa (Apeoesp)
Movimento por uma Tendência Socialista (MTS)
Opção Socialista (OS)
Grupo Afinidades de Guarulhos
Articulação de Esquerda (*)
Grupos independentes de Franco da Rocha, Guarulhos e Zona Sul (SP)
Simpro-Guarulhos
Sindicato dos Servidores Municipais de Guarulhos
PSTU
(*) Um diretor da Apeoesp, membro da AE, participou da reunião
A PRÓXIMA REUNIÃO
01 de junho – 14h – Sede APEOESP (Praça da República, 282, Centro – São Paulo)
Post author Américo Gomes,
de São Paulo
Publication Date