Manifestações em Madri contra a reforma trabalhista em 2012
Co.bas Madrid

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Avaliar a nova Reforma Trabalhista, sem dúvida, requer mais tempo e detalhes. Desde Cobas, em um primeiro balanço, vale destacar como passamos da promessa de revogação, que era a norma para a formação do governo progressista e palavra-de-ordem da do atual Ministro do Trabalho, para a “impossibilidade técnica de sua revogação”. Para finalmente concluir estes dias em “uma reforma trabalhista histórica … que vira a página da precariedade e da temporalidade … que muda para uma tendência de desvalorização salarial em nosso país … e vamos melhorar e recuperar direitos“(PSOE Government statement -UP).

Uma nova reforma, porém, que deixam intactos todos os mecanismos de demissão massiva e barata da Reforma do governo de Rajoy do PP (2012) e a precedente, de Zapatero do PSOE.

É mais do que conhecido que os fundos europeus, que aportarão 140 milhões de Euros, estavam condicionando esses recursos à preservação dos aspectos essenciais da Reforma Trabalhista de 2012.

Mas há mudanças substanciais: Mais precariedade e a generalização dos salários de miséria.

A nova reforma introduz mudanças substanciais em sentido contrário ao anunciado pela propaganda do governo, mas para uma maior precarização do emprego e um ataque brutal aos salários.

Acabar com o trabalho temporário ou camuflá-lo?

Preservar o essencial da reforma de 2012, ignorando as EREs (Expediente de Regulação de Emprego), dispensas e modificações substanciais arbitrárias, não é virar a página, é uma nova virada para a precariedade, camuflando o trabalho temporário com conceitos como ERTEs (Expediente de Regulação Temporal do Emprego) de meio expediente, descontínuos fixos ou permanentes.

Os dirigentes de CC.OO (Confederación Sindical de Comisiones Obreras) e UGT(Sindicato Unión General de Trabajadoras y Trabajadores), como sempre, fazem o papel de guarda pretoriana da patronal e do governo.

A nova Reforma Trabalhista entrará em vigor no dia 31 de dezembro, mas terá que passar pelo processo parlamentar e as empresas terão entre três e seis meses para começar a modificar os contratos.

Não vamos nos resignar: há que somar forças do sindicalismo de classe e combativo

Ao sindicalismo classista e combativo, nos corresponde a não aceitar o “é o que há”, “é o que nos toca” ou qualquer das fórmulas usadas para encobrir a resignação. Nos toca é ir às empresas e bairros de trabalhadores enfrentar o bombardeio da mídia, explicando e divulgando o verdadeiro conteúdo desta reforma, e derrota-la nas ruas e nas empresas.

Fazemos um chamado a todas as organizações sindicais a unir forças contra a nova Reforma Trabalhista e a exigir que se cumpra a promessa de revogação.