Bebel, deputada estadual pelo PT e presidente da Apeoesp Foto Divulgação
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PSTU Educação São Paulo

Estamos há semanas batendo recordes diários de óbitos, o que tornou o Brasil o país mais letal para se viver em meio à pandemia. Bolsonaro e Mourão seguem jogando os trabalhadores à morte, já estamos no quarto ministro da Saúde e sem qualquer indicativo de aumentar a velocidade da vacinação. Tudo indica que a mudança de ministro vai ser mais do mesmo, pois sem tirar o presidente que insiste em cloroquina e debochar das mortes, o vírus tende a ganhar mais força.

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) investe no merchandising de ser diferente do presidente, mas na prática o governador trata o vírus como palanque eleitoral, mesmo que ele esteja sendo construído em cima de mais de 60 mil mortes (só no estado). Com uma medida restritiva fake, que de nada soluciona o problema da alta transmissão do vírus e lotação dos leitos, os óbitos continuam a aumentar em todo o estado.

Mesmo assim, o secretário de Educação Rossieli insiste em manter escolas abertas arriscando a vida de toda a comunidade escolar. Já são mais de 40 óbitos, entre professores, funcionários e estudantes, desde a reabertura. Após um mês de greve sanitária, que não foi construída pela direção majoritária e quase minguou por falta de quórum, a categoria conseguiu obter na Justiça uma decisão favorável ao não comparecimento às escolas. Para não cumprir a decisão judicial, a SEDUC decidiu adiantar o recesso escolar no meio do bimestre, ao invés de converter imediatamente as aulas para o ensino remoto em caráter emergencial, desmontando toda a argumentação de que se preocupava com o processo de ensino dos estudantes.

A luta em defesa da vida se mantém. O recesso não pode nos dispersar, pelo contrário, é necessário que o sindicato chame a categoria a se organizar para entrarmos em uma nova batalha.

Sindicato junto com o patrão não dá!

O problema é que, enquanto estamos chamando os professores a se unirem com a comunidade escolar, tendo como pauta a defesa da vida, a presidenta do sindicato, que também é deputada pelo PT, vota em peso com seu partido no candidato do Doria (PSDB) para presidir a ALESP. E pior, não foi a primeira vez. Da última vez, sob a justificativa de “conter o fascismo”, Cauê Macris (PSDB), o mesmo que empenhou seu mandato em destruir nossas aposentadorias e desmontar os serviços públicos com a PL 529, contou com o voto da bancada petista e do PCdoB.

Dessa vez, o voto do PT e PCdoB foi em Carlos Pignatari (PSDB), que apoiou o ataque à nossa aposentadoria. O partido de Doria se manterá na presidência da ALESP, com aval daqueles que dirigem majoritariamente nosso sindicato. Aliás, essa mesma direção petista defendia no ano passado criar uma mesa permanente pra negociar com o secretário protocolos para o retorno às aulas presenciais, ao invés de organizar a greve sanitária pela vida.

Esse caminho que Bebel e toda a direção majoritária do sindicato, que orbita em torno dos mandatos do PT, está percorrendo, está longe do que precisamos. Nossas vidas só serão mantidas com a luta e a unidade de toda a comunidade escolar, e não votando em quem está comprometido a nos enviar à vala comum.

Derrotar os planos Doria e Bolsonaro para salvar vidas!

Essa política de alianças do PT na ALESP é só mais um exemplo de que vão continuar se curvando diante dos interesses dos governos e da burguesia. É a mesma lógica da política de Frente Ampla nacional defendida por Lula, uma falsa saída pras eleições de 2022. Já vimos no que deu quando o PT governou em aliança com a burguesia, aplicando rigorosamente a cartilha neoliberal pra garantir os interesses capitalistas e atacando direitos dos trabalhadores e os serviços públicos. Por isso não podemos deixar Bolsonaro seguir governando, nem depositar qualquer esperança de que seremos “salvos” com a eleição de Lula. Esse é um grande erro, que custará mais milhares de vidas. Precisamos derrotar Bolsonaro e Mourão já, e pra isso é necessário enfrentar as direções sindicais burocráticas, que tentam fazer do sindicato mais um braço da política de conciliação de classe e entreguismo do PT!

Para salvar vidas e enfrentar as medidas ultraliberais e autoritárias de Bolsonaro, assim como o projeto do capitalismo de destruir a educação, os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores, é preciso organizar a nossa classe, sem nenhuma aliança com governos e patrões!