Em greve há mais de 35 dias, categoria é reprimida por tropa de choque do governador Cabral. Leia proposta de Moção do sindicato.Na última terça-feira, 12, os profissionais da educação do Rio de Janeiro, em greve há 35 dias, passaram a madrugada acampados em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação do Rio (Seeduc).

O protesto foi motivado pela falta de diálogo por parte do governador Sérgio Cabral (PMDB), e exigiram uma audiência com o secretário de educação.

Pela manhã, a categoria realizou uma assembleia em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). A assembleia aprovou a continuidade da greve e, logo em seguida, realizou uma passeata até a Seeduc.

Os manifestantes chegaram a ocupar o 5º andar do prédio, onde se localiza o Gabinete do secretário Wilson Risolia. Durante a ocupação, o Batalhão de Choque da PM foi chamado e chegou a jogar gás de pimenta nos educadores. Muitos ativistas estavam com adesivos do PSTU que denuncia a repressão de Sergio Cabral contra qualquer protesto ou luta social, como ficou emblemático na greve dos bombeiros do Rio.

Após a ocupação, o secretário aceitou receber representantes do sindicato em uma audiência de emergência. O secretário de Planejamento, Sergio Ruy, também participou da reunião, onde, no entanto, não houve contraproposta salarial por parte do governo. A categoria pede reajuste emergencial de 26%, incorporação imediata da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015), e descongelamento do Plano de Carreira dos funcionários administrativos.

Segundo Vera Nepomuceno, do Sepe-RJ, a evasão na Educação no Rio de Janeiro nos últimos cinco anos foi de três mil profissionais. Os motivos apontados pela sindicalista são doenças e os baixos salários. Os professores com nível superior têm piso de R$ 765,66 e os demais R$ 680. Funcionários administrativos recebem R$ 433, mais gratificação de R$ 100.

Depois os profissionais de educação decidiram acampar em frente à Secretaria pelo menos até quinta-feira, dia 14, quando está marcada nova audiência com o governo. Os profissionais desocuparam o 5º andar e se juntaram ao acampamento.

O Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio está chamando a categoria a se incorporar ao acampamento. Também está realizando uma série de atividades no acampamento, como aulas públicas. Os trabalhadores realizarão uma nova assembleia na próxima sexta-feira, dia 15, às 14h, no Clube Municipal, na Tijuca.

Leia abaixo modelo a Moção de solidariedade à luta dos profissionais de educação das escolas estaduais do Rio de Janeiro

O Governo Sérgio Cabral mantém uma relação privilegiada com as empreiteiras, as multinacionais e os bancos. Para os seus amigos não falta dinheiro. São obras faraônicas de utilidade duvidosa. Todos os recursos destinados à educação vão parar nos bolsos das empresas, dos bancos e fundações. Para as escolas sobra falta de professores, funcionários e equipamentos didáticos. Além disso, Cabral se recusa a fazer qualquer tipo de concessão de reajuste ou reposição de perdas salariais. Um professor concursado, com formação universitária recebe um salário de menos de 700 reais. Um funcionário tem salário menor que o salário mínimo e não tem plano de carreiras. A merendeira ou a bibliotecária tem o mesmo mísero salário.

Por tudo isso e com a necessidade dos educadores oferecerem aos seus alunos um ensino de qualidade, a educação estadual entrou em greve a partir de 07 de junho.
Cabral promove a mesma política do governo Dilma. A imprensa tem mostrado a quadrilha que se locupleta com o dinheiro público em Brasília e no Rio de Janeiro.
No Rio, o caso veio à tona com a revelação de que Eike Batista, do Grupo EBX, emprestou um jatinho para Cabral festejar o aniversário de Fernando Cavendish, da Delta Construções, na Bahia. Eike e Cavendish são dois dos muitos generais que comandam a pilhagem de recursos públicos no estado fluminense.

A sangria de bilhões de reais que vão para o bolso da burguesia só é possível com a política de Cabral de arrocho salarial sobre os servidores, principalmente, a educação. Portanto, há dinheiro para reajustar os salários. Há dinheiro para remunerar com dignidade os aposentados e pensionistas. Além de eleição para as direções das escolas; a revitalização do IASERJ; a não extinção das 22 escolas noturnas; o cumprimento do plano de carreiras dos funcionários e a regularização da situação dos animadores culturais, entre outras. É nessa situação que Cabral se recusa a reconhecer a greve e atender as justas reivindicações dos educadores fluminenses.

Nós, ___________________________(entidade), somos solidários com a luta destes trabalhadores. Sua luta é em defesa da educação estadual no Rio de Janeiro. Por isso exigimos que este governo atenda imediatamente todas as reivindicações, faça concurso público para o quadro de professores, funcionários e aumente os investimentos na educação. Não é possível que no Rio tenha dinheiro para empreiteiro e não tenha para a educação pública.


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