De 5 a 12 de agosto, ocorrerá a semana de mobilização da campanha do plebiscito sobre a ALCA. Esta semana de mobilização é de fundamental importância para dar um salto na agitação de massas da campanha. Sindicatos, entidades estudantis e do movimento popular devem realizar grandes panfletagens nas fábricas, escolas, universidades e bairros populares.
A polêmica levantada pelo PT e PCdoB, direções majoritárias da CUT e da UNE, em torno das perguntas da cédula, particularmente sobre a continuidade das negociações e a inclusão de uma questão sobre a base de Alcântara, e a possibilidade de que estes partidos e entidades não participem efetivamente do plebiscito – apesar de seguirem reivindicando a campanha – não pode ser motivo para rebaixar o nível de atividade e objetivos audaciosos com o mesmo.
Os que estão a favor das perguntas aprovadas pela plenária nacional da campanha, em todos os sindicatos e entidades de base do movimento estudantil, devem fazer votar seu apoio ao plebiscito e exigir da CUT e da UNE que não só participem da campanha mas que apoiem política e financeiramente o plebiscito, que garantam dinheiro para confecção dos jornais e panfletos de massas, carros de som, local para formação de comitês e toda a infra-estrutura necessária para garantir que milhões de pessoas possam dizer não à ALCA e à entrega da base de Alcântara, como há dois anos disseram 6 milhões de nãos à dívida externa, à dívida interna e ao FMI.
Quanto ao PT e ao PCdoB, seria este um momento privilegiado para utilizar a campanha eleitoral e os seus tempos de TV para denunciar a ALCA e convocar o plebiscito. Mas, infelizmente, os companheiros optaram por desresponsabilizar-se da defesa do plebiscito, como quem diz “obrigado não fumo”. Isso porque precisam ser “responsáveis” diante da possibilidade de ser governo e não podem, como também não querem um enfrentamento direto como o imperialismo norte-americano, com quem acreditam ser possível “negociar” uma ALCA como soberania nacional. Essa postura é mais comprometedora ainda visto que o Brasil assumirá a co-presidência da ALCA junto com os Estados Unidos.
Da parte do PSTU, colocaremos nossa campanha eleitoral a serviço do plebiscito e lutaremos com todas as nossas forças para que os trabalhadores e o povo desse país entendam o grande salto na sua exploração que se avizinha. Assim, como tivemos a coragem de denunciar a presença da vice-diretora do FMI no Rio de Janeiro, seguiremos defendendo o plebiscito contra a ALCA e convocando os trabalhadores e o povo a se mobilizarem por suas reivindicações e interesses, pois só a luta muda a vida.