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Não cabe aos trabalhadores e seus sindicatos defenderem indenizações aos empresários e financistas. As multinacionais petroleiras exploram os países menos desenvolvidos e os trabalhadores no mundo todo há séculos, e somente isso já bastaria para terem suas concessões tomadas sem nenhuma indenização.

Particularmente, os oligopólios destes ramos agem como verdadeiros gângsteres internacionais.

Concentração
Após o segundo choque do petróleo, em 1979, as Sete Irmãs (cartel formado por sete grandes petroleiras) se fundiram, tornando-se cinco, engolindo outras petrolíferas pelo caminho. As maiores delas – Exxon e Mobil – se uniram em 1999, formando a maior petrolífera privada da história e a maior empresa privada do mundo. Seguiu-se a isso um amplo processo de concentração no setor. O lucro da Exxon-Mobil é hoje maior que o PIB de 93 países. Suas reservas se espalham por seis continentes.

As maiores empresas do ramo já estarão operando no Pré-sal. A Exxon Mobil tem 40% da reserva de Azulão no meio do pré-sal. Este bloco pode conter até 8 bilhões de barris de petróleo recuperáveis, proporções similares às de Tupi. A Shell tem dez concessões no Brasil, incluindo três blocos do pré-sal. Também é sócia de uma descoberta do pré-sal batizada Bem-te-vi. A Chevron finaliza a instalação da plataforma do Campo de Frade, no Norte de Campos.

Mortes, guerra, invasões e assassinatos
No México do início do século, índios foram assassinados e expulsos de suas terras por estas empresas. Dentro dos EUA, em Oklahoma, a Conoco foi responsável na década de 1920 por dezenas de assassinatos dos índios Osages.

A Shell, em 1995 na Nigéria, assassinou lideres Ogonis e agricultores de 30 vilarejos. Na Indonésia em 2001, a Mobil, com soldados militares sob seu controle, estava envolvida em crimes de genocídios, assassinatos, tortura, crime contra a humanidade, violência sexual e sequestro.

Sonegam impostos
Nos EUA todas essas empresas são denunciadas por utilizarem esquemas de permuta para fraudar o pagamento de royalties. Se sonegam impostos em seus países, imaginem o que fazem aqui.

Para conseguir isso, as multinacionais petroleiras investem na política norte-americana. George W. Bush e Dick Cheney receberam em 2000, US$ 2 milhões do setor quase trinta vezes mais que Al Gore e Joseph Lieberman.

Danos ambientais
As petroleiras não investem em desenvolvimento de energia limpa. Ao contrário, seus recursos, subsidiados por dinheiro público, são utilizados em experiências ambientalmente nefastos. A queima de combustíveis fósseis aumenta a concentração do dióxido do carbono na atmosfera, o principal gás do efeito estufa.

O primeiro passo imprescindível para o desenvolvimento de outras fontes energéticas é a nacionalização dos hidrocarbonetos, sem indenização e sob controle dos trabalhadores.

Não podemos confiar nas grandes multinacionais petroleiras que, na busca pela última gota de petróleo, pretendem devastar os últimos lugares intactos do planeta, destruir comunidades inteiras, explorar e não dar segurança para os trabalhadores, aumentando a poluição e o aquecimento global.

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