Impiedosa repressão em Horqueta: governo Lugo-PLRA enche caminhões com presos camponesesO Partido dos Trabalhadores (PT) expressa seu completo repúdio à brutal repressão policial-fiscal que sofreram as companheiras e companheiros da Articulação Urbana e Rural de Concepción (ARUC) na última terça, 23, no distrito de Horqueta, departamento de Concepción.

O país foi testemunha, mais uma vez, da repressão policial por parte do governo de Lugo-PLRA contra aqueles que ousam questionar os privilégios de uma minoria exploradora.

Os camponeses sem terra estavam acampados em frente à estância Santa Adelia, propiedade do brasileiro Jorge Luis Zanetti, localizada em Arroyito. Por ordem da fiscal Dora Irrazábal, mais de 250 efetivos policiais pertencentes ao grupo especial de operações (GEO) e antimotins ingressaram no acampamento e iniciaram uma implacável repressão, utilizando gases lacrimogêneos e disparando tanto balas de borracha quanto com armas de fogo. Bateram sem piedade nas mulheres, nas crianças e nos velhos. Por fim, incendiaram as humildes tendas dos camponeses e levaram presos 93 companheiros e companheiras. Tudo isto aconteceu diante do olhar atento do juiz Hernán Centurión e do chefe da Polícia Nacional de Concepción, comissário principal Cándido Montanía.

O governo Lugo-PLRA não tem outra resposta ao anseio pela terra e reforma agrária do campesinato pobre que não seja a repressão. Desde que assumiu o poder, se dedica a esmagar qualquer tentativa de perturbar a sagrada propriedade privada dos latifundiários e das transnacionais, enchendo caminhões e prisões com lutadores sem terra.

Parte desta política é também uma ostensiva operação para “varrer” a zona de Choré, em San Pedro, com grupos de elite da polícia e equipes especiais, para serem implacáveis contra os camponeses sem terra que o governo acusa pela morte do policial que fazia a segurança da estância agropecuária Jejuí. O ministro de Lugo, Rafael Filizzola e seu comandante de polícia Viviano Machado, um ex-repressor stronista, não descansam nesta missão.

Lugo propõe esperar 14 anos, e a esquerda luguista aceita
Existem três camponeses mortos na luta pela terra desde a chegada do “governo da mudança”, além de centenas de presos e condenados. Fernando Lugo insiste que a reforma agrária, no marco institucional, chegará só em 2023 – dentro de 14 anos – através da Coordenadoria Executiva para a Reforma Agrária (Cepra) e diz que as reclamações dos sem-terra são produto da ansiedade.

No entanto, diante de tão flagrantes fatos, a maioria da esquerda e as principais organizações camponesas seguem lhe apoiando politicamente e, como eles mesmos dizem, tentam conter os problemas para não desestabilizar o governo de Lugo.

Unidade para lutar
Nós do PT chamamos o conjunto do movimento do campo, social e a esquerda em geral a denunciar sem vacilo estes ultrajes aos direitos humanos e à dignidade de nosso povo.

Exigimos o fim das repressões, despejos e a liberdade imediata das companheiras e companheiros presos. Fazemos um chamado, também, à unidade na ação, à coordenação de nossas lutas, no marco de uma política independente e de oposição, tanto ao governo quanto à direita tradicional.

  • Viva as ocupações de terra!
  • Liberdade imediata aos camponeses presos!