Trabalhadores votam greve
Roberto Aguiar

Petroleiros da Transurh estão em greve no Tecarmo, terminal da PetrobrasNesta quarta-feira, 15 de julho, os petroleiros terceirizados da Transurh decidiram paralisar suas atividades. Há vários dias, o Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe (Sindipetro-AL/SE) tenta negociar. Porém a empresa negou-se a discutir a pauta dos trabalhadores apresentada pela entidade. A greve foi a resposta encontrada para as enganações da empresa.

A Transurh não cumpre com a sentença judicial que garante a representatividade dos trabalhadores ao Sindipetro-AL/SE. Não cumpre, nem mesmo, com a reunião de conciliação firmada com o sindicato junto à Delegacia Regional do Trabalho. Segundo Stoessel Toeta, diretor do sindicato, “o embate com a Transurh já vem acontecendo desde quando a empresa retirou de forma arbitrária a representatividade do Sindipetro”. A questão foi para Justiça, e a entidade ganhou a causa. Agora, a empresa não quer cumprir o que foi determinado.

Os petroleiros terceirizados da Transurh reconhecem o Sindipetro-AL/SE com a sua entidade representativa, “sempre estiverem lado a lado com o Sindipetro e vice-versa, a empresa insiste não cumprir a sentença porque sabe que nosso sindicato tem compromisso com a luta dos trabalhadores”, afirmou Toeta.

A greve está bastante forte com adesão de 90% dos trabalhadores. Os principais pontos de reivindicação são o cumprimento da decisão judicial que garante a representatividade dos trabalhadores junto ao Sindipetro AL/SE; a construção imediata do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT); o pagamento da PLR; e o piso salarial de acordo com a tabela do sindicato.

Em assembleia, foi deliberado que só se negocia a pauta em greve, ou seja, foi descartada a suspensão de greve para acontecer a negociação. Foi decidido, também, que diante qualquer retaliação aos trabalhadores a greve continua.

Área do Tecarmo e arredores apresentam risco de segurança
A política adotada pela Transurh, com o aval da Petrobras, foi substituir os grevistas por trabalhadores de outros locais. Porém, como sabemos, o Tecarmo é uma área de risco. Os funcionários substitutos não estão treinados para exercer suas funções em locais como o Tecarmo.

Esses trabalhadores substitutos não conhecem o mapa de risco de área. Assim, não somente a vida desses trabalhadores está em perigo, como as dos demais que estão na área e da população que reside nas proximidades do pólo.

Os trabalhadores, sem treinamento e formação necessária, desenvolverão atividades em espaços confinados (vasos de pressão e tanques), tubulações com alta pressão e temperatura, produtos químicos, subestações e compressores de alta pressão. A vida dos trabalhadores e da população está em risco e a Transurh é a responsável por isso, diga-se, com a conivência da Petrobras.

O Sindipetro denuncia essa situação e exige da empresa e da Petrobras a retirada imediata dos trabalhadores da área. A vida dos petroleiros e da população vizinha não pode ser colocada em risco por mais uma medida arbitrária daqueles que pensam somente no lucro.

O petróleo tem de ser nosso: por uma Petrobras 100% estatal
Os trabalhadores deliberam em assembleia que a greve é parte da luta nacional da categoria em defesa das reservas de petróleo e gás. Para Toeta, “essa deliberação é muito importante, pois coloca que a nossa luta vai muito além das questões econômicas”. Em todo o país, os petroleiros, em conjunto com outras entidades dos movimentos sociais, estão realizando a campanha “O petróleo tem que ser nosso, por uma Petrobras 100% estatal”.