Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Foto Tania Rego/Agência Brasil

Neste domingo, 27, petroleiros de diversos terminais e refinarias da Petrobrás cruzaram os braços em apoio à greve e mobilização dos caminheiros e contra a privatização da Petrobrás, responsável pelo grande aumento do preço dos combustíveis no último período.

A alta do preço dos combustíveis está ocorrendo devido à falta de investimentos no refino, e a política de privatização da Petrobrás” explica Reynaldo Sant’ana, petroleiro da Refinaria Henrique Lage (Revap) de São José dos Campos e integrante do grupo Petroleiros de Luta, da CSP-Conlutas.

Além da refinaria do Vale do Paraíba, a mobilização de base afetou as refinarias de Duque de Caxias (RJ), de Cubatão, de Pernambuco, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Nessas refinarias, os petroleiros iniciaram o corte de rendição. As refinarias trabalham em grupos de revezamento, o corte de rendição é quando um grupo que substituiria o que já vinha trabalhando, não entra. Na prática, é uma greve, ainda que não paralise completamente a produção, já que nesses casos a empresa não libera o grupo anterior.

Os petroleiros denunciam ainda a intervenção do Exército na greve dos caminhoneiros e a ocupação militar das refinarias e terminais da Petrobrás.

Petrobrás 100% estatal
A greve dos caminhoneiros vem jogando luz à luta que a categoria petroleira já vinha realizando contra a privatização da empresa. “Temos o fechamento das fábricas de fertilizantes da Petrobrás na Bahia e em Sergipe, e agora o anúncio da venda de 4 refinarias, duas no Nordeste e duas no Sul“, explica Reynaldo.

A alta dos combustíveis está diretamente ligada à venda das refinarias, pois se trata de uma política do governo e da direção da Petrobrás para tornar o setor mais atraente ao capital privado e internacional. O alinhamento dos preços do petróleo no país aos do mercado internacional segue essa lógica. A privatização e a falta de investimento no refino fez com que explodisse a importação do diesel, que aumentou mais de 200% nos últimos dois anos.

Os petroleiros devem somar sua luta à dos caminhoneiros para derrotar e pôr pra fora Parente e Temer, e garantir uma Petrobrás 100% estatal, sob o controle dos trabalhadores“, defende Reynaldo.

Na tarde deste domingo ainda, a reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas aprovou um chamado às demais centrais sindicais para a realização de uma Greve Geral.