PSTU-PE
Mariano Macedo, professor da rede estadual de ensino; e Claudia Ribeiro, professora da rede municipal do Recife
Nesses dois meses do governo Raquel Lyra (PSDB) cerca de 20 mil trabalhadores terceirizados ficaram sem receber seus salários, cujo valor é de 1 salário mínimo (R$1.302,00). São merendeiras nas escolas, porteiros, vigilantes, auxiliares de serviços gerais que trabalham há dois meses sem salário.
Após a pressão da categoria e denúncia do sindicato no Ministério Público do Trabalho (MPT) e no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), houve o pagamento de parte desses direitos. No entanto, até o dia 1° de março não foram depositados valores referentes aos vales-refeição, vales-transporte e até direito a férias têm sido negados.
O descaso do governo e das empresas terceirizadas forçam os trabalhadores à situação de penúria. Alegam que esse calote contra os trabalhadores foi por causa da exoneração dos comissionados responsáveis pela validação das notas fiscais. Mas isso é mentira!
Os valores pagos com essas terceirizadas são um máfia porque os donos dessas empresas recebem do governo duas ou três vezes mais pelo custo da mão de obra e pagam salários muito menos às terceirizadas. É um jogo de empurra da empresa e do governo, quando na verdade ambos são culpados pela grave situação das merendeiras.
Além de passar fome, o não pagamento de salários forçou as trabalhadoras a recorrerem a empréstimos com juros elevados e multas por atraso em suas contas e no aluguel reduzindo ainda mais sua renda.
É por isso que defendemos a incorporação dessas merendeiras ao quadro de servidoras públicas do Estado, assim como professores e técnicos da educação. Isso acabaria com a terceirização, que é uma forma de privatização, precarização do trabalho e de escândalos de corrupção.
As merendeiras devem ser reconhecidas, da mesma forma que são os professores e técnicos, como profissionais da educação, porque o trabalho delas também garante o funcionamento das escolas e o direito às crianças e jovens à educação pública.
Diferente é o tratamento dispensado ao alto escalão do governo, inclusive da governadora e sua vice, que receberam um incremento aos seus gordos salários. Os secretários e a vice passaram a ganhar R$18 mil por mês, enquanto outros assessores recebem $14 mil mensais. Os deputados não ficaram fora da festa oferecida pela governadora, pois, acrescentam aos benefícios R$12 mil mensais.
Essa falta de pagamento às merendeiras é mostra do desprezo que o governo de Raquel Lyra e Priscila Krause tem com os direitos e a vida de mulheres negras trabalhadoras. Às vésperas do Dia Internacional da Mulheres Trabalhadoras, cai por terra o discurso eleitoreiro e falso de preocupação com as mulheres e de governar para elas. Na verdade, Raquel e Priscila são representantes da burguesia que se utiliza da opressão para super explorar mulheres negras como as merendeiras.
Raquel e Priscila são descendentes do senhores de engenhos que enxergam negras como “mucamas” que não tem nenhum direito. É por isso que o governo deixou as merendeiras chegaram ao ponto de passar fome. Este é o jeito da direita governar: tudo para os de cima e sacrifícios para os trabalhadores e servidores públicos.
Esse governo de Raquel Lyra é inimigo das trabalhadoras e trabalhadores e precisa ser enfrentado com organização e luta. Só com a união dos terceirizados, dos servidores da saúde, da educação e demais setores poderá pôr fim a esse descaso e a essa política de arrocho salarial imposto por Raquel Lyra e seus aliados.
– Garantia de pagamentos do salários, vale-alimentação e vale-transporte atrasados;
– Fim dos contratos com as empresas terceirizadas;
– Incorporação das merendeiras ao quadro de funcionárias públicas do Estado, como profissionais da educação!