Ag Brasil

O Brasil acordou mais triste depois do dia 8. O futebol é uma grande paixão do povo brasileiro, estamos nos sentindo envergonhados e decepcionados pela goleada e eliminação da final da Copa do Mundo.

Haverá muitos comentários e justificativas para esta derrota, mas me limito aqui a discutir se essa seleção de fato representou o futebol brasileiro.

Essa seleção não tem identidade com o futebol brasileiro, nem com a torcida, muitos são os brasileiros que desconhecem os jogadores. Poucos sabem dizer o nome dos 11 titulares, salvo aqueles que têm TV a cabo e acompanham os campeonatos europeus.

A grande maioria dos jogadores que compõe a seleção brasileira está fora do Brasil há anos. Alguns saíram daqui meninos, juniores e tiveram que se adaptar a outro jeito de jogar. E lá, estes jogadores são considerados os melhores em seus clubes. Se olharmos a seleção brasileira em seu conjunto, jogando, chegamos a outra conclusão. 

Embora a seleção seja formada por jogadores brasileiros, não estamos assistindo a seleção jogar o nosso futebol. Definitivamente não estamos nos vendo em campo. Nem de longe vimos aquele futebol que sempre encantou o mundo.

A seleção não está jogando com nosso estilo, como os nossos hábitos, com a nossa graça, com a nossa ginga, a nossa alegria. O nosso futebol não foi representado nesta Copa.

O futebol brasileiro sofre uma crise de qualidade e identidade. São necessárias mudanças que passam primeiramente por acabar com a cartolagem e a máfia do futebol. A CBF, através da cúpula de cartolas, representa o que há de mais corrupto no nosso país.

A “Copa das Copas”! Pra quem?
Dilma tentou a todo custo “marketear” a Copa do Mundo do Brasil como a “Copa das Copas”. Mas para ser justo com a história, essa foi a “Copa das empreiteiras”, “Copa da repressão”, “Copa das máfias”.

Essa Copa foi a “Copa das Copas” para as contas bancárias dos empresários patrocinadores, das empreiteiras, e, suas obras à custa de sangue e vidas de operários. Essa foi a Copa da repressão onde assistimos cenas de prisões arbitrárias e jovens machucados por cassetetes e balas de borracha nas manifestações simplesmente porque lutavam por seus direitos e por um país mais justo.

Foi lamentável, 50 anos depois do golpe militar de 1964, vermos cenas assim em nosso país. E tudo isso com requintes de crueldade por governos dirigidos pelo PSDB e PMDB, Como exemplo claro, Geraldo Alckmin usando a policia e a demissão para acabar com a greve dos metroviários. 

Os meios de comunicação em geral também deram seu apoio a esse “replay” da ditadura em nome dos interesses da burguesia e de corporações imperialistas. E o mais lamentável, com o aval e apoio irrestrito de Dilma e do Partido dos Trabalhadores.

O partido que nasceu das lutas operárias contra a ditadura militar, se somou aos seus antigos algozes para agora manter a submissão do povo brasileiro aos interesses da FIFA e empresas patrocinadoras.

Para resumir o sentimento político dessa Copa, basta ler as manchetes de jornais a respeito da máfia dos ingressos dentro da própria FIFA. A federação e o governo falaram tanto em reprimir os cambistas nos arredores dos estádios, enquanto estes de fato estavam dentro do Copacabana Palace.

A Copa das zoerias e das redes sociais
As redes sociais tiveram o seu espaço nesta Copa. Serviu para divulgar ao mundo as manifestações e greves que aconteceram semanas antes e durante os jogos. E foi instrumento para que fãs do futebol pudessem dar seus “pitacos” dos jogos e manifestassem a opinião popular sobre os jogos da Copa do Mundo.

Exemplos marcantes das redes sociais na Copa foram as piadas ou trollagens como é mais conhecido no meio.

Durante o jogo do Brasil e Alemanha, muitos deixaram de assistir ao jogo e partiram para os smartphone ou computador para acompanhar e colaborar com a “zoação” nas redes sociais. O jogo entre Brasil e Alemanha entrou para a história como o mais comentado nas redes sociais.

*Herbert é metalúrgico e candidato a deputado estadual pelo PSTU

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