A Síria é um pequeno país, que tem sua economia baseada na agricultura e na proulção de petróleo. Mesmo não sendo uma grande exportador, esse é um dos fatores centrais da ecomomia, gerando 50% das receitas de exportação do país. É governada há 41 anos por uma ditadura da família Assad. Ali se repete a história de um movimento nacionalista burguês que cumpriu um papel relativanente progressivo no início e depois girou a direita ese entregou ao imperilaismo.

O partido Baath, nacionalista burguês tomou o poder em 63. Hafez Assad -pai do atual presidente- em 1970 passou a dirigir o país com mão de ferro. No início estatizou boa parte das empresas lucrativas, incluindo as petrolíferas.
Sempre foi uma ditadura sanguinária. Em 82, reprimiu duramente a mobilização de Amah, com 25 a 30 mil nortos. Um massacre.

Na década de 90 acompanhou o giro a direita de Khadafi e Sadat. Entregou novamente o petróleo para as multinacionais. Hoje multinacionais petroleiras como a Shell, Total (França), CNPC, Gulfsands Petroleum (EUA), Tatneft e ONGC Videsh controlam a principal produção do país. A norte americana ConocoPhilips explora o gás.
No ano 2000, Hafez Assad morreu. Para demonstrar o caráter ditatorial de seu governo, o escolhido para a sucessão foi nada menos que seu filho, Bashar Assad. Nenhuma surpresa se lembramos que Moubarak e Khadafi preparavam seus filhos para sucedê-los. Trata-se de ditaduras que impoem um estilo quase monáquico de funcionamento.

Não é por acaso que existe uma sincronia das lutas na Síria e restante do mundo árabe. A imposição no neoliberalismo no país pela ditadura dos Assad ampliou a miséria das massas, agora agravada pela crise economica e aumento dos preços dos alimentos. O ódio acumulado nas massas em quarenta anos de ditadura é o mesmo que existia contra Moubarak.

As mobilizações começaram em fevereiro, em apoio as lutas do Egito. Em março, na cidade de Deraa, uma mobilização pacífica foi duramente reprimida pela ditadura, causando duas mortes. A reação das massas foi forte: novas mobilizações tomaram a cidade e incendiaram o palácio da justiça.
A ditadura reagiu com mais violência, massacrando mobilizações pacíficas. Já existem mais de 300 mortos no país.

Nesse momento, a sublevação na Síria está se ampliando. Nesse dias tomou o centro da terceira cidade do país, enfrentando a repressão. Pode ser que termine entrando também no terreno militar, repetindo a experiencia da Libia e de uma nova guerra civil.

Aqui as máscaras caem mais uma vez. Qual é a posição de Chavez sobre a Síria? Aqui não está a intervenção militar da OTAN. Existe a luta de um povo rebelado contra uma ditadura que entregou o país ao imperialismo. Exatamente como no início do processo líbio.

Chavez declarou : “Já começou o ataque contra a Síria, já começaram os movimentos de supostos protestos pacíficos (…) e já estão acusando o presidente de estar matando seu povo”.

Não satisfeito, ainda classificou o genocida Assad de “líder árabe socialista, humanista, irmão, com uma grande sensibilidade humana”.
Ou seja, para Chavez o genocida Assad é um “humanista”. Vai ficar gravado na história que a corrente castro-chavista ajudou a legitimar o massacre de populações rebeladas contra ditaduras. No mundo árabe, essas posições se chocam com a enorme simpatia despertada pela revolução. Não é por acaso que não existem mobilizações de apoio a Khadafi ou Assad nos países árabes. No restante do mundo, apesar da confusão causada pela intervenção imperialista, as posições de Chavez e Castro também não conseguem se impor junto a vanguarda. Não é por acaso que vários intelectuais castro-chavistas , como Santiago Alba Rico, estão assumindo publicamente essa polêmica. Pode ser que seja um claro sinal de decadência dessas correntes.
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