SÁBADO, 13/3

Debate sobre dívida, reformas e Alca inaugura trabalhos

Na manhã do sábado, dia 13, a mesa “Reformas neoliberais, dívida e Alca”, teve como integrantes a presidente do Unafisco, Maria Luiza Fattorelli e o vice-presidente do Andes-SN, José Domingues Godoy.

Maria Lúcia Fatorelli demonstrou que a luta contra a reforma trabalhista se insere numa luta maior contra o projeto imperialista que vem sendo imposto no país. A palestra pode ser integralmente acessada no site unafisco.org.br.

Domingues explicou que “todas as diretrizes e programas adotados pelo governo fazem parte do Consenso de Washington”. Ele denunciou ainda o Projeto de Parceria Público Privada: “esse projeto é a privatização sem licitação”, afirmou.

Polêmica sobre governo e CUT

Na tarde do dia 13, ocorreu o debate sobre conjuntura nacional. A mesa que abriu as discussões reunia a editora do Opinião Socialista e dirigente do PSTU, Mariúcha Fontana; o diretor da FENAJUFE Caio Rubens Teixeira; os membros da executiva nacional da CUT, Julio Turra e Agnaldo Fernandes, e Dirceu Travesso, da executiva da CUT/SP.

O debate foi polêmico. Para Mariúcha, “o governo Lula é inimigo da classe trabalhadora e não está em disputa”. Já Julio Turra discorda dessa definição. Para ele, “o principal inimigo dos trabalhadores é o capitalismo”, omitindo quem gerencia o capitalismo no Brasil.

Outro tema polêmico foi o papel da CUT. Julio Turra afirmou que é necessário levar o debate sobre a reforma Sindical para as instâncias da central.

Dirceu Travesso concordou com a necessidade de organizar a mobilização contra a reforma Sindical na base dos sindicatos cutistas, mas declarou que “é preciso dizer que lá em cima tem gente tramando contra nós como a CUT, a Força Sindical e a CGT e por isso, em que pese as nossas diferenças, é fundamental organizar a luta por fora da Central”.


DOMINGO, 14/3
Mesa sobre reforma e encaminhamentos

A discussão sobre as reformas Sindical e Trabalhista aconteceu no domingo. Além de José Milton, da Condsef, na mesa estavam Jorginho, do Fortalecer a CUT e Zé Maria, do PSTU, ambos da Executiva da CUT.

Jorginho lembrou que a atual proposta do governo é o aprofundamento das medidas de precarização do trabalho implementadas por FHC, como o banco de horas e terceirização. Um dos aspectos ressaltado por Jorginho é o suposto fim do imposto sindical contido na proposta do governo. De acordo com ele, “o governo, as Centrais e os empresários querem trocar o imposto sindical por contribuições mensais ao sindicato. e a gente sabe como são as assembléias de sindicatos pelegos. Isso vai encher as burras dos pelegos”.

José Milton disse que a luta dos servidores não se encerrou com a reforma da Previdência e as plenárias marcadas para abril poderão deflagrar uma greve. Segundo José Milton, “é preciso que essa luta seja de todo os trabalhadores, seja do setor público ou privado”.

Argumentando que a reforma Sindical visa desmantelar os sindicatos de base como instrumento de luta, Zé Maria denunciou os absurdos na proposta de reforma: “o sindicato será obrigado a negociar os direitos dos trabalhadores, se não fizer isso corre risco ser trocado por outro”.

Além de aprofundar o debate sobre o conteúdo da proposta do governo, o objetivo da discussão era também organizar um plano de lutas e mobilização contra para derrotar a reforma.

A enorme maioria dos presentes defendia a necessidade de votar no Encontro uma Coordenação de lutas. Os integrantes do Fortalecer a CUT não concordavam com isso.
Ao final foi definido um calendário de lutas. E uma Coordenação com as entidades que já definiram por participar, aberta, deverá se reunir para encaminhar a campanha contra a reforma e o processo de mobilização.
Post author Jeferson Choma, de Luziânia (GO)
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