Pela primeira vez nos últimos vinte anos, uma mobilização desta magnitude foi realizada apesar do veto do PT, que se retirou oficialmente do plebiscito. Lula, além de não ter ido nem mesmo votar, chegou a declarar de forma grosseira e desrespeitosa: “O PT é um partido que está a poucos dias de ganhar o governo e não pode ficar brincando de fazer plebiscito” (O Globo, 25/8/02). Ao mesmo tempo, Lula apoiava o acordo com o FMI.
A seriedade de seu Francisco e dos que votaram responderia por si só a Lula. Dez milhões não se paralisaram pelo veto da direção do PT, pela falta de apoio de suas prefeituras, pela atitude de escárnio de Lula.
Quando falamos do PT, não nos referimos somente a Lula ou a Articulação, corrente majoritária. Estamos falando também da esquerda petista, cúmplice desta posição. Não por acaso, a representante da direção do PT na coordenação da campanha contra a ALCA que manifestou a ruptura com o plebiscito, era militante da Articulação de Esquerda. Com poucas exceções, a esquerda petista cometeu um erro gravíssimo ao fazer seguidismo à Articulação.
O PCdoB acompanhou a direção do PT na chantagem que visava retirar a segunda e terceira perguntas do plebiscito, o que o descaracterizariam completamente. Quando a chantagem fracassou, na reunião de julho da direção nacional da campanha, o PCdoB também seguiu o PT no anúncio da ruptura. Mas, ao sentir a pressão das bases dos movimentos sociais, recuou para uma posição de apoio formal. O PCdoB não fez praticamente nada pela campanha, mas manteve formalmente o apoio para evitar o desgaste sofrido pelo PT.
Nós do PSTU, ao contrário, estamos orgulhosos de termos sido parte importante da campanha, junto com as pastorais, a CNBB, o MST, sindicatos, entidades populares e estudantis. Fomos parte da elaboração e da luta pela impressão dos materiais pelos sindicatos. Ajudamos a romper o bloqueio da mídia, como o único partido a colocar o tema todos os dias no programa eleitoral de rádio e tv.
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