Novamente, um comitê de empresários pró-Lula será formado. Nele estarão, entre outros, o pecuarista José Carlos Bumlai, do Mato Grosso do Sul, e Lawrence Pih, dono do maior moinho de trigo da América Latina, o Pacífico.

O fazendeiro Bumlai explicou as razões que o levam a apoiar Lula novamente: “Lula não me decepcionou (…) o presidente deu provas de maturidade ao lidar com a questão dos transgênicos e da gestão privada das florestas”.

Lawrence Pih declarou em entrevista ao blog do jornalista Josias de Souza, da Folha de S.Paulo, que o principal projeto de Lula, se reeleito, será a reforma trabalhista. “Temos também que flexibilizar a legislação (…) Há setores, como o têxtil e o de calçados, que não são competitivos no mercado mundial e estão deixando de ser também no mercado interno. Tem país que coloca o mesmo produto aqui com qualidade boa e mais barato”, declarou.

Para Pih, a melhor maneira de tornar seus produtos mais baratos seria diminuindo o que os empresários chamam de “custo-trabalho”, quer dizer, acabar com todas as leis de proteção trabalhista. Tais direitos, taxados como “privilégios” pelo cabo eleitoral de Lula, estariam ameaçados num segundo mandato petista: “A legislação trabalhista está amarrada. Tornando as leis mais flexíveis, evidentemente, não vai ser possível impor tantos privilégios (…) Somos exportadores de matéria prima e bens primários. Ou enfrentamos a concorrência mundial, que é impiedosa, ou garantimos direitos e privilégios”.

Perguntado se o modelo a ser adotado no Brasil seria o da China, onde os trabalhadores não possuem direitos e ganham salários miseráveis (o que faz os produtos fabricados lá serem vendidos a preços baixos), o empresário não deixou dúvidas: “A China é o principal exemplo. Nós temos custos que eles não têm. E por isso somos menos competitivos”.

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