ato 02 de outubro - Rio de Janeiro. Foto : Gustavo Speridião
Cyro Garcia, Presidente do PSTU-RJ

Fome, desemprego e morte é a realidade do Rio. No nosso estado 19% (1,6 milhões de pessoas) da população está desempregada e apenas na capital 7.272 pessoas cadastradas como moradores de rua. Como se isto não fosse o bastante, os ataques não cessam. A PEC 32 de Bolsonaro, no âmbito federal, o Regime de Recuperação Fiscal de Claudio Castro e o PLC 04/2021 de Paes, nas esferas estadual e municipal não só extinguem direitos históricos das servidoras e servidores, como avançam ainda mais no desmonte dos serviços oferecidos à população, sobretudo aos mais vulneráveis socialmente. Essas mudanças são “necessárias”, de acordo com a lógica do “mercado” para assegurar recursos para o pagamento da dívida pública que é ilegal e criminosa. Uma vez aprovado os regimes fiscais do município e Estado as porteiras dos cabides de emprego estarão abertas. O fechamento das empresas, fundações e autarquias dependerá unica e exclusivamente do Executivo. Sem falar da suspensão dos concursos público e nenhuma ascensão profissional. Significa precarização total das condições de trabalho. Um grande retrocesso!

É necessário ir muito além do que conversas em gabinetes e paralisações parciais

Não podemos entrar na lógica da barganha junto aos deputados, na tentativa de manter direitos apenas para os atuais servidores, deixando de fora, quando e se houver novos concursos, os novos servidores. Precisamos barrar a passagem da boiada de conjunto. Por mais que retirem um artigo aqui e outro ali, mais tarde eles atacam novamente. Mudam os textos com novas palavras, porém com a mesma finalidade. Por isso, não podemos acreditar que vai ser em conversas de gabinetes com quem defende os interesses do prefeito que vamos barrar esses ataques. A saída é a mobilização, organização e unificação dos servidores para exigir a retirada de todos estes projetos !
Infelizmente, no Estado, há um grande acordão entre a ALERJ e Castro, articulado pelo deputado André Ceciliano (PT), presidente da ALERJ, que quase todo dia dá entrevista para algum jornal contando mentiras sobre o pacote e tentando convencer os servidores que não serão assim tão afetados. Um exemplo desse papel nefasto de Ceciliano foi a sua decisão arbitrária de expulsar sindicatos e outras organizações representativas do conjunto das servidoras e dos servidores do interior da ALERJ na semana passada.
Na Câmara dos Vereadores do Rio, a bancada do PSOL, que é uma das maiores na oposição das que se colocam em oposição ao governo, precisa ir além de realizar audiências públicas ou apresentar projetos de emenda. Os mandatos parlamentares precisam ser utilizados para divulgar amplamente estas denúncias e convocar a reação nas ruas. O “combate por dentro” é extremamente limitado à medida em que a composição majoritária das casas têm interesses claramente definidos. O que poderá impedir estes e os novos ataques é um processo muito mais amplo de luta.

Uma Greve Geral é necessária!

No sábado passado, dia 02 de outubro, cerca de vinte mil pessoas foram as ruas, no Rio de Janeiro, pelo Fora Bolsonaro. Cada um destes atos é muito importante e nos fortalece de conjunto contra todos estes governos Mas somos muito mais que estes milhares. Precisamos colocar milhões de descontentes nas ruas. É possível e necessário massificar as manifestações, levar milhões às ruas para expressar a real correlação de forças. Mas, para isso, as direções dos partidos de oposição e do movimento precisam jogar peso, e as grandes centrais e demais organizações da classe trabalhadora precisam ajudar a construir pela base, nos locais de trabalho, moradia e estudo uma poderosa Greve Geral.