O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), foi reeleito presidente do Senado com 51 votos contra 28 de José Agripino (PFL-RN). O PT ficou com as comissões mais importantes da Casa. A manutenção de um aliado do governo na presidência do Senado veio em boa hora. A articulação do governo garantiu o controle sobre os principais cargos do Congresso, o que poderá facilitar a aprovação do PAC e das reformas neoliberais.

O PT ficou com cargos estratégicos na casa. Tião Viana (PT-AC) deve ocupar a 1ª Vice-Presidência. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a segunda mais importante, será ocupada por Aloizio Mercadante (PT-SP).

Uma divisão na oposição burguesa se expressou na parca votação que recebeu Agripino. O pefelista recebeu menos votos que a soma das bancadas do PSDB e do próprio PFL – aliados na oposição. Numa coisa, ao menos, Agripino tem razão ao declarar ao jornal Folha de S. Paulo que “não há dúvida de que o Palácio do Planalto tinha interesse único na eleição de Renan e utilizou os recursos que possui”. No Senado, como na Câmara, o governo apostou nas negociatas para garantir os postos de maior poder e, assim, o controle sobre as duas casa. O PMDB espera – e certamente terá – sua recompensa em altos cargos nas estatais e em ministérios. Agora, é só aguardar a reforma ministerial.

A disputa com a burguesia, ao mesmo tempo, nada tem a ver com diferença de projeto político. Trata-esse, somente, de uma disputa por cargos e poder.

Quem é Renan Calheiros
Um dos principais aliados do governo Lula no Congresso, Calheiros tem boas relações com a oposição burguesa. Não seria exagero dizer que ele está em todas.

O senador, que já foi líder do PMDB, se destacou publicamente como aliado do corrupto Fernando Collor de Mello, de quem foi líder de governo até o famoso impeachment, em 1992. Foi ele o responsável pela divulgação do pacote econômico de Collor que incluiu o confisco das poupanças.

Nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, foi um importante aliado, chegando ao cargo de ministro da Justiça. Calheiros foi defensor das privatizações promovidas por FHC. Agora, é peça fundamental para a aprovação das medidas do governo Lula.