Tarso Genro recebe dossiê das mãos de Zé Maria.
Tonico Botelho

PSTU reuniu-se com Tarso Genro e cobrou providências sobre invasão de sedeNa tarde desta quinta-feira, dia 17, o PSTU reuniu-se com o ministro da Justiça, Tarso Genro. Estiveram presentes o presidente nacional do PSTU, José Maria de Almeida, o Zé Maria, e o advogado Aderson Bussinger, do Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (IDDH) e conselheiro efetivo da OAB-RJ. O presidente nacional da OAB Cezar Britto não pôde comparecer devido a mudança no horário da reunião, das 12h30 para as 15h. O ministro Tarso Genro estava acompanhado pelo delegado da Polícia Federal Daniel Sampaio.

O PSTU entregou um dossiê com fotografias, uma análise do roubo, a relação dos itens levados e todas as mensagens de solidariedade enviadas. Zé Maria informou que nenhum tipo de investigação foi feita até o momento. Também afirmou que os indícios levam a crer que não se trata de um roubo comum, mas de um atentado político ao partido, com objetivo de colher informações.

O ministro Tarso Genro disse que considera grave o que ocorreu. Também admitiu que os indícios apresentados são de um ataque político e afirmou que vai determinar que a Polícia Federal abra inquérito e investigação do caso, que até então se encontra nas mãos da Polícia Civil de São Paulo.

A comissão também entregou as centenas de mensagens de solidariedade que chegaram ao partido, do Brasil e de 15 países. Para Zé Maria, é esta campanha a principal ferramenta para garantir as liberdades de organização. “É a luta política que vai decidir. Temos de seguir levando essa campanha no âmbito dos movimentos sociais.” Sobre a ida ao ministério, ele afirmou: “Acreditamos que a ação foi feita por alguma agência de informação do Estado. E, justamente por isso, temos de cobrar do Estado. Não temos ilusão de que o governo vá reprimir ou coibir qualquer agência de seu próprio governo. Mas cobramos dele porque é sua a responsabilidade de assegurar as liberdades democráticas.”

Como foi a invasão
A sede nacional do PSTU foi invadida na madrugada de 30 de dezembro. Pelo menos três pessoas invadiram o local às 2h59 e lá permaneceram por quatro horas. O prolongado período de permanência não corresponde ao volume material do roubo, essencialmente computadores usados. O foco central dos invasores foi a busca de informações e documentos do partido e não de bens materiais. Levaram computadores com dados e a prestação de contas do partido e deixaram talões de cheques, uma impressora moderna e dois celulares novos na caixa. A operação foi cuidadosamente executada, sendo precedida do corte das linhas telefônicas.