Chapa 2 obteve 55% dos votosNos dias 10 e 11 de novembro ocorreu a eleição da nova direção do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Estado do Rio de Janeiro, o SIMERJ. Nesta eleição concorreram duas chapas. Uma apoiada pelo governo, pelo PT e pela CUT, e outra de oposição que reuniu os lutadores da categoria, militantes independentes, da CTB e da Conlutas.

A atual direção estava presente nas duas chapas. Na Chapa 1, estavam os que defendem os interesses do governo e dos patrões, para manter seus privilégios, enquanto burocratas do aparato. Do outro lado, aqueles que não se renderam e seguem defendendo os direitos e interesses da categoria e da classe, formaram a Chapa 2. Esta chapa, da minoria da direção, buscou na base o apoio dos trabalhadores, incorporando um amplo setor do melhor da vanguarda lutadora e permitindo uma renovação na direção da entidade. Por isso a Chapa 2 foi apoiada pela Conlutas.

A Chapa 1 contou com muito dinheiro vindo dos patrões e do governo. Remunerou dezenas de pessoas para fazer sua campanha. Ao contrário da Chapa 2, que só contou com os trabalhadores da base da categoria e o apoio daqueles que lutam pela defesa e ampliação de seus direitos. A disputa foi acirrada e venceu a chapa da luta, da independência e autonomia sindical. Foi derrotada a chapa cutista de conciliação permanente com os patrões.

Os metroviários não se deixaram enganar, votaram e deram a vitória a uma verdadeira alternativa de direção. Por isso a Chapa 2 obteve 430 votos de um total de 796, ficando com 55,27% dos votos válidos. E a Chapa 1, com todo o seu aparato e financiamento, obteve 348 votos, ficando com 44,73% dos votos válidos.

O dia 12 de novembro de 2008, dia da apuração e proclamação deste resultado eleitoral, entra para a história dos metroviários do Rio de Janeiro. Este sindicato foi o primeiro sindicato operário a se filiar a CUT no Rio de Janeiro e que a maioria da direção, que foi derrotada nestas eleições, estava há décadas na diretoria. Neste dia em que esta categoria não só recuperou o controle de seu sindicato e a autonomia diante do governo e dos patrões, mas também fortaleceu a luta do conjunto da classe nesta cidade. Esta vitória cria as condições para a construção de uma alternativa de direção de luta comprometida com os legítimos interesses dos trabalhadores.

A luta dos metroviários por melhores salários e condições de trabalho é uma luta também por um serviço de transporte público de qualidade. A vitória da Chapa 2 é a vitória de todos os que lutam contra as políticas neoliberais e acreditam em uma sociedade sem exploração.