No último dia 23 de julho, milhares de manifestantes tomaram novamente a praça Puerta Del Sol, em Madri, que se tornou símbolo da revolta dos espanhóis contra os ataques desferido pelo governo Zapatero à juventude e aos trabalhadores. Ao chegar na praça, os manifestantes foram recebidos com abraços calorosos.
Os manifestantes faziam parta da “marcha dos indignados”, que partiu de várias regiões do país – como Galiza, Barcelona, Valência, Múrcia, Málaga e Estremadura – para chegar à capital do país.
“A chegada das marchas à Puerta del Sol é, no fundo, algo simbólico. Temos feito um grande trabalho informativo por todos os povoados e cidades que em princípio não estavam mobilizados. Nos serviu para semear o pensamento de mudança, de despertar”, um dos integrantes da marcha à Radio Nederland.
A marcha também pretendia dar voz àqueles que não haviam tido possibilidade de expressar sua revolta. Por isso, ao longo do trajeto eram realizadas assembleias em cada uma das localidades em que paravam, convidando os moradores a expor suas preocupações e propostas para trazer a Madri as necessidades dos lugares mais isolados da geografia espanhola.
A marcha dos “indignados” era formada principalmente por jovens sem perspectiva de futuro, que lutam contra o desemprego, a informalidade, os baixos salários e os pacotes de ajuste fiscal impostos por Zapatero. Ao todo, o desemprego afeta cerca de 20% dos espanhóis, mas entre os jovens o índice é de 40%.
Essa situação fez com a juventude explodissem em rebeldia e realizasse a ocupação da praça, no movimento apelidado de 15 de Maio (15-M). Na ocasião, os manifestantes convocaram dezenas de milhares de pessoas em todo o país para exigir dos políticos que a crise não seja paga pelos trabalhadores, mas sim pelos capitalistas. Além disso, o movimento questionou profundamente o regime vigente no país e os grandes partidos políticos.