PSTU-SP

PSTU-Jaú

Nesta terça-feira, 29, uma artimanha própria da troca de favores políticos e aparelhamento da máquina pública colocou fim à negociação salarial dos servidores municipais de Jaú que, com luta, conseguiram aumentar a proposta do prefeito Ivan Cassaro (PSD) de 5% para 10,8%. Os servidores batalhavam para chegar ao menos na reposição dos 18% que a inflação tirou das nossas mesas neste últimos dois anos em que a Lei 173, de Bolsonaro, congelou salários e benefícios, jogando a conta da pandemia nas costas dos trabalhadores. Considerando ainda que a mesma prefeitura sancionou 54% de aumento para seus secretários de indicação política.

Com paralisação marcada para a quarta-feira, os servidores se mostraram dispostos a seguir lutando, porém, a assembleia conduzida pelo sindicato da categoria foi tomada por cargos comissionados que, em apoio ao prefeito, aprovaram este reajuste que não chega nem perto da necessidade das mais de 3 mil famílias de servidores municipais. Por isso, no vídeo os servidores bradam indignados.

Enquanto a água, que é privatizada na cidade, teve um aumento de 24%, o reajuste de 10%, para muitos servidores não será suficiente sequer para um botijão de gás.

Para conceder 54% de aumento aos secretários, o argumento utilizado pelos vereadores da base do prefeito foi de que havia sobra de caixa e que não era mais que o cumprimento do dispositivo constitucional de reposição inflacionária. Mas esta mesma análise não se aplica de forma tão benevolente para os trabalhadores por um motivo: as leis vigentes em um sistema governado pelos poderosos é feita e executada por eles e para eles. Para nós, trabalhadores, até os direitos mais básicos só são garantidos com luta.

Esta situação enfrentada em Jaú mais uma vez dá uma amostra do que tem por trás das Reformas Administrativas de Bolsonaro, Dória e outros governos de plantão: massacrar os servidores e o serviço público para sobrar mais para os acordos e favorecimentos políticos com as verbas públicas.

É também uma amostra da necessidade urgente que a classe trabalhadora se una, construa e dirija organismos de luta, sindicatos, conselhos populares onde possamos ter força e condições objetiva para ir além das negociatas entre patrões e direções cooptadas, tomar posse das decisões que regem as nossas vidas e nos proteger dos ataques deste sistema que vive de nos oprimir e explorar para garantir o lucro de uma minoria de parasitas.

A destruição do serviço público como parte dos planos neoliberais aprofunda a desigualdade social à medida que a classe trabalhadora, que produz as riquezas, recebe saúde e educação cada vez mais sucateadas enquanto os super-ricos tem condições de pagar por estes serviços e ainda lucra com o sucateamento através das trocas de favores, desvios de recursos e dos grandes grupos privados que se favorecem da crise. Por isso, propomos inverter esta lógica, onde a arrecadação pública seja destinada a garantir saúde, educação, serviço público gratuitos e de qualidade para toda a população. E isso só é possível com um governo verdadeiramente dos trabalhadores, com democracia operária através de conselhos populares que só pode ser construído através da organização e luta da nossa classe.

Assim, apoiamos incondicionalmente as lutas dos servidores de Jaú, bem como de todas trabalhadoras e trabalhadores que se levantam em todas as partes deste país para lutar com as próprias mãos por vida digna.

E para além disso, chamamos a todas estas lutadoras e lutadores para a construção de um polo revolucionário e socialista, para construirmos juntos uma sociedade que ponha fim a toda forma de opressão e exploração!