Caminhoneiros protestam em frente ao Congresso Nacional. Foto Agência Brasil

Nesta segunda-feira (21), operários da construção civil de São Paulo, metalúrgicos da Mercedes Benz, em São Bernardo do Campo (SP) e caminhoneiros em várias partes do país iniciaram a semana em luta.

As categorias são diversas, mas as causas têm a mesma origem: os ataques dos patrões e governos aos direitos, salários e condições de vida dos trabalhadores. As mobilizações demonstram que se os ataques são grandes, a reação e resistência da classe trabalhadora também não para.

Caminhoneiros
Caminhoneiros de pelo menos 12 estados fazem carreata nesta segunda-feira (21) nas principais rodovias que cortam o Brasil, em protesto contra o aumento do combustível. Desde 2015 protestos dessa dimensão não eram realizados por esse segmento.

A categoria realiza um total de 50 manifestações nas regiões de Cuiabá (MT),  Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

Grande parte, caminhoneiros que trabalham por conta própria, cobram do governo a redução da carga tributária sobre o diesel, cujo preço acumula alta de 6,73%.

Construção civil de SP
Em São Paulo, os operários da construção civil deflagraram greve no dia 15 de maio, por manutenção de direitos já conquistados e reajuste salarial. Nesta segunda-feira (21) realizaram uma passeata, no centro da capital paulista em protesto contra a intransigência dos empresários do setor.

Os operários reivindicam reposição da inflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ao longo de um ano até a data-base de 1º de maio (1,69%), além de aumento real de 2% dos rendimentos. Até o momento não houve proposta para as reivindicações apresentadas.

Operários em greve da Mercedes

Metalúrgicos da Mercedes-Benz
Assim como operários da construção civil de São Paulo, os trabalhadores da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP), também estão em greve há uma semana contra a tentativa da empresa de implementar a reforma trabalhista neste segmento, rebaixando direitos. A paralisação é uma das mais fortes realizadas na empresa nos últimos anos.

Os trabalhadores reclamam perdas acumuladas nos últimos anos, em que não tiveram reajuste salarial, apenas abonos, e exigem valorização da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A empresa também quer reduzir direitos, com a proposta do fim da estabilidade aos lesionados e ataques aos trabalhadores do setor administrativo, com demissão e redução de jornada e salários.

Apoio e unidade das lutas
Para o dirigente da Secretaria Executiva Nacional, Luiz Carlos Prates, o Mancha, que participou da assembleia dos trabalhadores da construção em SP e também de assembleia dos metalúrgicos da Mercedes-Benz, é fundamental o apoio a essas mobilizações.

O governo fez uma reforma trabalhista e prometeu mais emprego, mas, o que estamos vendo é o contrário. Já são 27 milhões de desempregados. Essas greves, assim como várias outras mobilizações em curso, são uma demonstração que haverá muita resistência e luta. Professores também estão em greve em vários estados. É preciso apoiar e fortalecer cada iniciativa que se contraponha às políticas de rebaixar direitos dos governos e patrões. É hora de unificar as lutas, rumo à construção de uma greve geral nesse país. Só assim os trabalhadores vão botar para correr Temer, os corruptos do Congresso e garantir uma nova política econômica a favor da população”, afirmou Mancha.