Os trabalhadores do Hospital São Francisco (HSF), em Belo Horizonte, estão em greve desde o dia 10 de fevereiro, devido aos atrasos constantes no pagamento dos salários e às péssimas condições de trabalho.
Segundo o diretor do sindicato da categoria e funcionário do hospital, André Luiz Pádua, militante do PSTU, a greve expõe todas as mazelas do sistema privado de saúde.
O HSF goza de inúmeras vantagens fiscais e tributárias, por ser considerado entidade filantrópica, vinculada à Sociedade São Vicente de Paula. No entanto, além de desrespeitar direitos mínimos dos trabalhadores (pagamento em dia, concessão do vale-transporte, depósito do FGTS, etc.), funciona sem as condições necessárias. Faltam luvas, sabão e papel-toalha para os empregados e até antibióticos, esparadrapo, roupas de cama e gazes para os pacientes. A má administração do hospital penaliza os empregados e usuários.
O dirigente da CUT/Minas Gerais e militante do PSTU, Boaventura Mendes, enxerga um avanço na organização de base dos trabalhadores. “Após a organização da escala mínima, ainda na portaria do hospital, os trabalhadores dirigem-se para o Sindicato, onde discutem os próximos passos do movimento. Também realizam debates sobre temas políticos, como a Alca e a guerra no Oriente Médio e acompanham as reuniões de negociação com a direção do hospital”.
Quando fechávamos esta edição, a greve seguia forte. Os empregados participaram do ato que condenou a ameaça de invasão ao Iraque pelos EUA no centro de Belo Horizonte, no sábado, 15 de fevereiro.
Post author Cacau,
de Belo Horizonte
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