Na tarde da terça-feira dia 30 de março, aconteceu a última assembléia estadual de greve dos trabalhadores em educação do estado da Paraíba, em uma assembléia esvaziada em que oportunamente as delegações das regionais não foram deslocadas para a assembléia, a direção do SINTEP/APLP e o comando de greve resolvem por maioria propor o fim da greve e aceitar a proposta do governador Maranhão.

A proposta aceita foi a seguinte: 7,86% de reajuste salarial no vencimento retroativo a Janeiro o que faz com que um professor inicial classe A (professor de formação de nível médio) receba nos seus vencimentos R$658,42 mais uma GED (gratificação de estímulo à docência) de R$263,36 o que dá uma remuneração de R$921,78 para uma carga horária de 30 horas semanais (1/3 fora de sala de aula); O professor classe B (professor com graduação) passa a receber uma remuneração de R$1.106,14 para a mesma carga horária. Além disso, o governador se compromete a aumentar a diferença em 5% no escalonamento de diferenciação entre graduados, especialistas, mestres e doutores, para o mês de dezembro, mas esse reajuste está condicionado a Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, se o governo não estourar o orçamento ele dará o reajuste, caso contrário não.

Foram trinta dias de greve, na última assembléia regional que aconteceu na segunda-feira das doze regionais, nove não aceitaram a proposta do governo e decidiram continuar a greve, mesmo com 85% da categoria parada e com a maioria das regionais defendendo a continuidade da greve, a direção do SINTEP em conjunto com a direção da APLP conseguiram acabar a greve em uma assembléia extremamente esvaziada, que teve o seu início fora do horário normal, o que facilitou o esvaziamento, que contou com um acalorado debate sobre o fim da greve ou não e que oportunamente os diretores que defendiam o final da greve foram os últimos inscritos, a votação foi à seguinte 116 votos pelo final da greve e 92 votos pela continuidade.

Esse pequeno número de participantes na assembléia não reflete o movimento e a luta da categoria que respondeu ao chamado da direção no momento em que a greve foi deflagrada, mas que mesmo assim pouco participou das atividades de greve por que não confia na direção que está hoje à frente do SINTEP, uma direção que defendeu o final da greve mesmo abrindo mão de bandeiras importantes como o concurso público, contratação imediata dos últimos concursados, PCCR para os funcionários, eleição direta para diretor em todas as escolas. Nem os tão propagandeados 5% para dezembro nós teremos garantias de que iremos receber, esse governo não é de confiança o ano passado nos deu um reajuste de 19,9% e a direção do SINTEP resolveu negociar o restante da pauta para depois, e até hoje essa pauta não foi discutido e nada implementado.

Esse movimento grevista foi importante, conseguiu mostrar para o governo e para a direção do sindicato que mesmo com tudo contrário ao movimento a categoria consegue dar uma resposta na hora que é preciso, outro fato importante é o surgimento de uma nova vanguarda composta por novos professores, recém concursados e antigos e históricos ativistas que contam agora com sangue novo na luta, papel dessas pessoas foi de fundamental importância para a continuidade da greve e será primordial para o desenvolvimento da luta por uma educação pública e de boa qualidade.