Está bem, diria um apoiador do governo, mas o desemprego vai melhorar com o crescimento. Vai mesmo? Essa é a ilusão que o governo tenta vender, mas o modelo neoliberal tem um tipo de crescimento que incorpora mais tecnologia e menos mão-de-bra, e, mesmo nos períodos de crescimento, não produz uma mudança qualitativa nos níveis de desemprego.
Na verdade existem mudanças mínimas nas taxas de desemprego. É preciso lembrar que os empregos criados no primeiro semestre não absorvem nem os novos trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho. Comparando os índices do primeiro semestre deste ano dados oficiais do IBGE com o mesmo período do ano passado, o resultado é um crescimento de 0,1% da oferta de empregos.
Se é verdade que houve uma ligeira queda do desemprego de maio a julho, também é verdade que no período anterior foram registrados taxas históricas de desemprego no país. De acordo com os cálculos mais realistas, do Dieese, o desemprego em São Paulo chegou ao recorde de 20,7%. Índices que se assemelham às taxas de desemprego dos países mais pobres da América Latina.
Contudo, o que cresceu em 12 meses foi o sub-emprego. De acordo com o IBGE, o sub-emprego cresceu 19,7%. Na verdade repete-se aqui uma velha história: trabalhadores com carteira assinada são demitidos e substituídos por outros sem direitos trabalhistas e com baixa remuneração. Isso prova que não é possível reverter o desemprego qualitativamente sem romper com o atual modelo neoliberal e com o imperialismo.
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