Neste dia 20 a maior refinaria do país amanheceu parada. A Replan, em Paulínia, que processa cerca de 20% do petróleo no país, passou por uma tenebrosa emergência. Um tanque foi pressurizado, alçou vôo, pegou fogo, caiu sobre outra unidade e ocasionou algumas explosões e um incêndio de perigosa proporção. As causas ainda serão devidamente investigadas. Mas podemos tirar duas lições.

A primeira é que os trabalhadores, tanto aqueles que compõem a brigada de emergência, quanto os que operam as unidades de processo, atuaram como profissionais da mais alta capacidade. O incêndio foi debelado. As unidades de processo pararam sem causar maiores danos do que o da própria emergência. Pessoas colocaram suas vidas em risco para manter a segurança não só de quem estava na refinaria, mas em seu entorno.

A segunda é que se faz ainda mais necessário discutir o que queremos com a Petrobrás. O processo de sucateamento que a empresa vem sofrendo, ano após ano, deixa os trabalhadores e a população numa situação de insegurança. Manutenções feitas às pressas, diminuição do efetivo de trabalhadores, a pressão pela produção, a iminência de uma privatização, transformam as unidades em um caldeirão que vez por outra entorna.

Essa emergência poderia ter sido uma grande tragédia e só não foi pelo simples acaso. A defesa da Petrobrás 100% estatal e sob o controle dos trabalhadores se mostra, também nesse fato, uma necessidade. Quem esteve na Replan esta madrugada sabe, e nunca se esquecerá, que mais do que pensar no lucro, devemos pensar em segurança, treinamento de pessoal, efetivo necessário. E uma série de coisas que não tem nada a ver com uma empresa privatizada.