Movimento luta para defender a universidade da reitoria, dos bancos e da intervençãoOs trabalhadores e estudantes da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) enfrentam hoje a pior crise da história da universidade. Estão pagando o preço, injustamente, porque, há cerca de 15 anos, a reitoria entregou a instituição aos bancos, alimentando uma dívida de R$ 82 milhões. Hoje o déficit mensal é de R$ 4,3 milhões.
A atual reitoria, que aprofundou ainda mais a relação de subserviência aos bancos, é diretamente responsável pelas demissões de centenas de professores e funcionários. É responsável, inclusive, pela intervenção brutal da Igreja Católica. Por meio da Fundação São Paulo, mantenedora da universidade, a igreja demitiu cerca de 30% dos trabalhadores da PUC-SP um verdadeiro tratamento de choque.
Os critérios para as demissões não foram explicados à comunidade universitária. As reposições já começaram, mas os novos professores serão admitidos com salário até 56% mais baixo.
Além das demissões, outras arbitrariedades estão presentes: negação absoluta de bolsas; perseguição aos movimentos estudantil e sindical; reformas para baratear e sucatear os cursos mais deficitários, o que têm estreita ligação com as demissões. Não há professores para inúmeras disciplinas e, ainda assim, a reitoria cobra integralmente as mensalidades. Os trabalhadores que tentam se organizar para combater essa situação são ameaçados.
Mas a comunidade puquiana está longe de assistir a tudo sem reação e mostra-se disposta a lutar pela readmissão, por bolsas e pela derrota dos bancos e seus cúmplices. Os três setores apontam a estatização como perspectiva para acabar de fato com a crise.
Além disso, suas associações e instâncias representativas Apropuc (professores), Afapuc (funcionários) e Centros Acadêmicos (CAs) sabem que o único modo de reverter esse processo de calamidade é construir uma greve das três categorias.
A Conlutas e a Conlute têm marcado presença e apoiado, de diversas formas, a luta de estudantes e trabalhadores da PUC. A Conlute, presente antes do início das demissões, vem defendendo cada luta dos estudantes, em especial no curso de Letras, com o Centro Acadêmico Clarice Lispector. Os demais CAs, com destaque para o de Ciências Sociais, também têm organizado a luta neste momento de auge da crise.
A situação na PUC-SP é reflexo da mercantilização do ensino superior, iniciada nos anos 90 e hoje cada vez mais explícita com o governo Lula e a UNE, na defesa de sua reforma Universitária. Quem se beneficia com a mercantilização do ensino são os bancos e os donos do ensino privado. A defesa da PUC-SP está intimamente ligada à luta contra a reforma Universitária e por um direito incontestável: ensino superior gratuito e de qualidade para toda a população.
Post author Helena Martins, da juventude do PSTU de São Paulo
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