Cartaz e plenária da chapa
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No dia 24 de novembro foi anunciado o resultado das eleições para o DCE da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Após um ano de paralisia, a principal entidade estudantil gaúcha está na luta de novo.

Com 2.354 votos, a chapa UFRGS Pública e Popular, que unificou a esquerda na universidade, retomou o DCE para o caminho das lutas. A chapa da direita fez 1.130 votos e a chapa que defende um programa pró-governo obteve 887, mostrando que o discurso de uma universidade perfeita não encontra eco entre os estudantes que vivem a realidade da educação superior pública.

No final de 2009, a esquerda da UFRGS sofreu uma derrota após uma divisão que gerou duas chapas de esquerda. A direita, já organizada há três anos, conseguiu vencer e conquistar a direção do DCE.

O que poderia se tornar uma briga quanto a quem tinha culpa pela derrota da esquerda, tornou-se um movimento coeso de oposição. Já na primeira semana de março, antes de as aulas começarem, os lutadores e lutadoras da universidade se juntavam contra a implementação do projeto do Parque Tecnológico, na trincheira oposta ao DCE, que defendeu o projeto da reitoria. Impedimos que o projeto fosse votado sem discussão.

Durante o ano, diversas foram as lutas em unidade: a convocação dos CEBs, que o DCE não convocou, a formação da Comissão Estudantil de Investigação (que levou a público a corrupção da gestão), as calouradas unificadas etc. Tudo isso culminou em uma grande chapa com 740 apoiadores em toda a UFRGS.

Novamente, a esquerda estava unida em uma eleição para combater tanto a direita quanto o governismo, que havia inscrito uma chapa com bastante força – fato que não acontecia há anos na nossa universidade.

Foram mais de três semanas de muita confusão, tentativas de golpes e mostras de desespero da direita. Quatro membros da comissão eleitoral ligados à direita tentaram de tudo para boicotar e anular as eleições. Porém, nesse momento, se viu a força dos diretórios e centros acadêmicos unidos, que tinham oito membros na comissão eleitoral. Esses, em meio a grandes batalhas dentro da comissão, conseguiram combater os golpes e garantir o pleito.

A direita tentou de tudo. Desde se utilizar da lista de e-mails dos alunos, de que dispõe o DCE, para divulgar que as eleições tinham sido anuladas, que a nossa chapa havia sido impugnada, que a nossa chapa havia supostamente agredido integrantes da comissão eleitoral, até rasgar atas de urnas onde tradicionalmente a esquerda faz muitos votos. Mas os estudantes perceberam a manipulação. Nossa chapa se mobilizou e garantiu que haveria urnas para que os estudantes escolhessem democraticamente a próxima gestão do DCE.

Essa unidade na UFRGS se deu em uma conjuntura de unidade nacional dos setores de oposição ao governo. Foi, sobretudo, alavancada pelo Seminário de Uberlândia. Hoje, já podemos nos orgulhar da vitória em diversos DCEs.

Agora o momento é de reorganizar a casa e mostrar aos 23 mil estudantes da UFRGS que o DCE está junto a eles novamente. Nossa gestão tem condições de entrar para a história com lutas importantes, pois não serão poucos os ataques à educação em 2011.

O próximo ano será de muito trabalho, mas com a certeza de aproximar ainda mais o DCE dos estudantes e ter uma grande gestão unificada até o fim, para poder vencer com força todas as tarefas que teremos.

SAIBA MAIS

  • Jornal Zero Hora repercute vitória da esquerda e a força das mulheres na chapa (.pdf)