Sindicato protocola pedido de reunião com Frederico Curado para discutir cortesA Embraer já demitiu, este ano, cerca de 600 metalúrgicos somente nas fábricas de São José dos Campos, além do corte em massa realizado em fevereiro, quando a empresa demitiu 4.273 trabalhadores em todas as suas unidades. O número contradiz as informações transmitidas à imprensa pela Embraer, que repetidas vezes negou novas demissões.

O balanço foi realizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (filiado à CONLUTAS), com base nos pedidos de homologação, entre janeiro e novembro. Somente esta semana, a Embraer já pediu o agendamento de 50 a 70 homologações. Este número pode ser ainda maior se forem consideradas as demissões de outras categorias, como engenheiros e administrativos. Hoje, a Embraer possui cerca de 11.700 trabalhadores.

Diante da gravidade do fato, o Sindicato protocolou, nesta quarta-feira, dia 25, uma carta pedindo que seja marcada uma reunião com o diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, para discussão sobre a manutenção de postos de trabalho e redução da jornada sem redução de salário e sem banco de horas.

O Sindicato defende a redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem redução de salário e sem banco de horas, como forma de preservar os empregos dos trabalhadores da Embraer. Eles trabalham hoje 43 horas semanais, a maior jornada do mundo entre as indústrias aeronáuticas e a maior da região entre as metalúrgicas.

Governo aumenta financiamentos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na última terça-feira, dia 24, a Lei nº 12.096 (Medida Provisória 465/09), autorizando a concessão de R$ 44 bilhões, em forma de subvenção econômica, para financiar aquisição e produção de aeronaves brasileiras. A medida, portanto, beneficiará diretamente a Embraer. O financiamento será feito pelo BNDES.

Este valor é quase três vezes mais do que o total de financiamentos liberados para a Embraer desde a sua privatização – um montante aproximado de R$ 15 bilhões.

“É um absurdo o governo federal continuar injetando dinheiro público numa empresa privada que demite, em menos de um ano, cinco mil trabalhadores. Está claro que a privatização da Embraer foi um erro e, agora, a única medida a ser tomada é a sua reestatização, para defender os empregos e o patrimônio nacional”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.

  • Veja matéria do Jornal O Globo sobre as demissões