Neste domingo, 6 de novembro, foi realizado em diversas cidades do país o Enade (Exame Nacional de Desempenho). Mais do que as provas, o último domingo foi um dia de protesto, onde estudantes dos cursos de arquitetura e urbanismo, biologia, ciências sociais, computação, engenharias, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química entregaram as provas em branco, dando um Zero não somente ao Enade/Sinaes, mas também contra a reforma Universitária e o governo Lula.
Esse exame, largamente divulgado por toda a imprensa como sendo a nova avaliação das universidades, nada mais é do que uma versão “aperfeiçoada” do Provão de FHC. Aprovado logo no início do governo Lula, o Enade faz parte do novo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), que nada mais é um dos passos fundamentais da reforma Universitária.
Com o Enade/Sinaes, o governo pretende avaliar as universidades que melhor se adaptaram ao mercado, desde os currículos e o ensino praticado, até as relações diretas com o mercado, por meio do Ensino a Distância, de parcerias com a iniciativa privada, etc. Isto é, o novo projeto de avaliação “obriga” as universidades a aplicarem a fundo a lógica privatista do governo.
De acordo com a postura que vem tendo perante o governo e a reforma Universitária, a UNE não esteve presente na organização dos protestos. Muito pelo contrário, a entidade dirigida pelo PCdoB defende a prova como um projeto de avaliação progressivo.
O boicote ao Enade foi organizado em todo o país por Centros Acadêmicos, DCEs, Executivas e Federações de Curso com o apoio da Coordenação de Luta dos Estudantes (Conlute) e do Comando Nacional de Greve e Mobilização Estudantil.