Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

A Defesa Civil da Bahia divulgou na tarde de ontem (28/12) que já são 141 municípios afetados pelos temporais, sendo que 132 se encontram em situação de emergência. Subiu para 24 o número de mortos em decorrência das chuvas no estado. Ao menos 434 pessoas foram feridas.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, a tragédia afetou 629.398 pessoas, das quais 53.934 precisaram deixar suas casas e outras 37.324 ficaram completamente desabrigadas. Este é o mês mais chuvoso observado no estado desde 1989.

Em meio à toda esta tragédia, o presidente do Brasil segue curtindo suas férias, dançando e cantando funk com apoiadores e realizando aglomerações nas praias de Santa Catarina com seus passeios de jet-ski, o mesmo meio de locomoção usando pelos bombeiros para transportar caixões de pessoas mortas nas enchentes na Bahia.

Na última terça-feira, dia 28, a hastag #BolsonaroVagabundo tomou conta das redes sociais. Em resposta, Bolsonaro disse que espera não “retornar antes” das férias, demonstrando seu total desprezo pela vida das pessoas que estão sofrendo com a tragédia provocada pelas fortes chuvas.

Frente à situação crítica que passa a Bahia, o sistema da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil emitiu um posicionamento em que ressalta a “urgência da situação” nas cidades baianas destruídas pelas chuvas e pediu que os poderes públicos adotem “todos os esforços o mais rapidamente possível” para salvar vidas e reconstruir os municípios.

Mais a política de Bolsonaro vai na contramão da orientação da ONU. Além de não fazer nada, sequer visitar as cidades atingidas, o presidente genocida nega apoio de países que querem ajudar, como foi o caso da Argentina.

O país vizinho ofereceu envio imediato de dez profissionais especializados nas áreas de água, saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres, mas Ministério das Relações Exteriores negou pedido do governador Rui Costa (PT).

Toda solidariedade às populações atingidas pelas chuvas

Apesar da postura de Bolsonaro, uma ampla rede de solidariedade foi construída para ajudar as cidades atingidas pelas chuvas na Bahia. De Norte a Sul do país, pessoas estão mobilizadas fazendo arrecadações financeiras. O PSTU é parte dessa mobilização e chama a classe trabalhadora brasileira a cercar de apoio e solidariedade nossos irmãos baianos.

Estamos passando por um momento de grande sofrimento e desespero causado por este colapso ambiental. Por isso, é muito importante a solidariedade de classe com organização de doações nos sindicatos, locais de trabalho e moradia.

É preciso montar comitês de solidariedade das organizações da classe trabalhadora e dos movimentos populares.

Exigimos dos governos municipal, estadual e nacional um plano emergencial de atenção às vítimas, que passa por:

– Solidariedade aos atingidos pelas enchentes e às suas famílias, com indenização do Estado e do município às vítimas e aos seus parentes (em caso de morte);

– Isenção de IPTU, água, luz e reposição de todos os pertences levados pela chuva;

– Garantia de casa para as famílias desabrigadas e todas aquelas que estão em áreas de risco, a partir da entrega de moradias gratuitas, através da desapropriação pelo governo dos imóveis vagos, sem indenização aos especuladores;

– Fim das isenções fiscais para os grandes empresários e reversão do dinheiro para o combate às enchentes e construção de moradias populares.

Campanha da CSP-Conlutas

A Central Sindical e Popular (CSP)-Conlutas deu início a uma campanha de solidariedade de classe ativa às famílias vítimas das fortes chuvas que castigam a Bahia neste mês de dezembro.

Aquelas e aqueles que puderem contribuir poderão fazê-lo através do PIX: [email protected].

Todo valor arrecadado será utilizado na compra de itens de acordo com as necessidades das famílias na região de Itabuna e em outras cidades. É muito importante a participação de todas e todos.

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